Você sabe o que é individualização de imóveis? Como isso afeta nos sistemas de medição das companhias de saneamento? Confira nosso artigo!
Você vai ler:
- 3 fatos que você precisa saber sobre a individualização de imóveis
- Regula os consumos
- Preserva água
- Traz benefícios financeiros
- Como é feito o processo de individualização de imóveis?
O sistema de medição tradicional de água para apartamentos era feito com a instalação de um hidrômetro geral. Este quando posicionado na entrada da tubulação de suprimento de água registra o consumo de forma conjunta.
Significa dizer que todo o consumo é registrado por um único hidrômetro e no fim o valor é dividido pela quantidade de moradores de determinado condomínio ou até mesmo região. Vale dizer que até hoje o consumo é medido dessa forma em muitos lugares.
Há dificuldades nesse modelo, pois podem ser geradas cobranças maiores ou menores que o consumo real. O que acontece, por exemplo, é um apartamento com quatro pessoas pagar o mesmo que um apartamento com uma pessoa, mesmo tendo consumos bem diferentes.
Com o passar do tempo surge o sistema de individualização de imóveis, conhecido também como sistema de medição individualizada (SMI).
3 fatos que você precisa saber sobre a individualização de imóveis
O processo de individualização nada mais é do que separar o consumo de cada usuário. Para a companhia de água significa dizer que cada endereço de condomínio possui uma ligação, e uma economia (termo que define a unidade consumidora. Ex.: casa, apartamento, lote). E depois do procedimento de individualização irá possuir uma ligação mas várias economias.
O termo individualização surge para explicar o fenômeno em apartamentos e condomínios. Trazendo consigo a premissa de uma cobrança adequada de valores, proporcionais ao que o usuário consome.
Mas vamos lá! Quais são os três fatos que precisa saber sobre individualização de imóveis?
Regula os consumos
Parte importante do sistema de medição é o consumo real de cada imóvel.
Nos condomínios sem medição individual o problema é que todas as economias ou imóveis consomem o tanto que quiserem, desprezando o consumo real.
Isso sempre foi motivo de guerra nas reuniões do condomínio já que moradores que tem baixo consumo devem pagar o mesmo que moradores que esbanjam o uso da água.
E a falta de hidrômetros não é assunto só de apartamentos não…
Por mais surpreendente que seja, ainda temos situações onde o município não cobra pela água como era o caso de Itatiaia no ano de 2015. Uma cidade de 28 mil habitantes, que apesar de ter fontes próprias de água, vive em crise por falta de regulação.
Acompanhando todas essas movimentações entre concessionárias e consumidores está o governo.
Diante disso foi sancionada em 2016 uma alteração na da lei do saneamento, obrigando todos os imóveis a possuir medição individualizada. O texto vale para novos edifícios e entra em vigor 5 anos após sua publicação, ou seja, em 2021.
Preserva água
Algo que vemos com a individualização de imóveis é que a preservação da água é fato comprovado!
O sistema reduz em torno de 25% o consumo de água e permite um melhor controle dos gastos. Preservando assim os recursos hídricos e mantendo uma avaliação constante permite encontrar vazamentos internos.
Mesmo com mais trabalho para a companhia de água, o sistema é vantajoso pela correta metrificação do que chega no consumidor, também é possível detectar fraudes e canos vazando ao longo da distribuição.
Para saber se há concertos a serem executados é feito o cálculo para determinar a perda de água. A perda é considerada toda água que entra no sistema de distribuição em direção às casas mas não chega nos hidrômetros. E através dessas medições se pode detectar onde está vazando água, ou se há furtos em algum lugar da rede.
O fato é que se não há desperdícios o meio ambiente ganha, assim como a companhia e o cliente. E, infelizmente, só notamos que é necessário preservar quando acaba a água ou falta.
Traz benefícios financeiros
Um dos impactos na medição individualizada é a diferenciação de tarifas. Essa diferenciação permite cobrar mais por metro cúbico de quem tem um consumo acima do padrão. Quem consome mais paga mais caro por unidade de consumo.
Outro exemplo de benefício é o aumento de faturamento. A companhia Águas de Joinville após um projeto de hidrometração cresceu seu faturamento em 57 %. Foram instalados 40.000 hidrômetros e dentro de sete meses a companhia havia recuperado os investimentos.
E os benefícios financeiros não são apenas para as companhias de água!
Nesse caso, os consumidores passaram a gastar menos, equilibrando melhor o consumo.
Nas mais recentes individualizações de imóveis, o modelo tecnológico de medição permite medir sem estar no lugar e detectar volumes de consumo acima do normal.
É a chamada telemetria, onde o consumo é medido em tempo real e consequentemente reduz o desperdício da companhia e gastos do cliente.
Como é feito o processo de individualização de imóveis?
Se tem imóveis num condomínio, ou faz parte da sindicância de um pode se interessar por essa parte!
O site Lugar Certo traz alguns dados interessantes para individualizar imóveis, como iremos falar um pouco a seguir:
Fazer um estudo
Antes de tudo é necessário avaliar a viabilidade técnica e custos das obras, visto que será um bem permanente para os imóveis.
Os imóveis novos estão sendo construídos com grande facilitação à medição individualizada, diferente dos anteriores, onde o sistema pode chegar ao dobro do preço para ser instalado.
Sempre que a motivação for redução de gastos se pode pensar em unir o útil ao agradável.
Um exemplo seria construções antigas que precisam trocar suas tubulações e junto a isso podem se adaptar para permitir a individualização ao refazer projeto hidráulico do prédio.
Projetar o custo
Deve ser feito um orçamento considerando a redução de consumo em 30%.
Essa parte do processo serve para dizer aos condôminos em quanto tempo eles irão recuperar o valor do investimento efetuado na compra do hidrômetro.
Como sempre, o bolso fala alto tanto pela redução de consumo quanto pelo pagamento justo.
Fazer assembleia
Deve ser feita uma reunião com uma aprovação mínima de 75% dos condôminos, na qual se pode solicitar a presença de um representante da companhia de água.
Vários ajustes devem ser combinados, como por exemplo: A conta de água vai ser individual ou ainda o condomínio vai receber a conta geral?
Pode parecer estranho, mas nós explicamos.
Se os apartamentos fazem individualização, mas não possuem o hidrômetro fora do imóvel ou usam válvula Hydra para descarga, por exemplo, vão esbarrar em condições técnicas para a companhia emitir as contas de modo individual. Permanecendo as contas nas mãos da administração do condomínio.
É emitida então uma conta única de água, mas agora com o diferencial de saber o consumo interno de cada apartamento. Neste caso, uma empresa especializada em medição como é o caso da CAS Tecnologia, que envia dados de consumo e gera um relatório.
Ficando assim a cargo da administração condominial cobrar pelo consumo real incluindo outras taxas.
Colocar tudo na convenção
Como já é esperado, todos esses acordos devem constar no documento que rege a assembléia.
Deve-se especificar direitos e deveres para saber o modo de proceder de cada um.
Também deve ser colocado as penalidades por falta de pagamento ou atraso que serão devidas a partir do momento.
Como diz o provérbio: O combinado não sai caro!
Fechar contrato
Agora basta contratar a construtora para executar as obras, observando sempre se as mesmas são homologadas para implantá-lo. As companhia normalmente cedem os dados das empresas que podem juntamente com ela desenhar o projeto hidráulico.
Com o fim do projeto a companhia faz uma visita e vistoria o sistema para individualizar as contas.
Vimos então que modernizar os sistemas de leitura através da individualização de imóveis pode ser muito benéfico, porém encontra várias resistências no caminho.
Mas claro, sempre podemos vencer essas dificuldades com planejamento e inteligência.
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