Você sabe como o poder público lida com a drenagem urbana na sua cidade? Leia nosso artigo e fique por dentro dos principais meios e técnicas utilizados.
Esse artigo tem:
- Como funciona a drenagem urbana?
- Falhas na drenagem urbana
- Os prejuízos das falhas
- Tecnologias para urbana
Como funciona a drenagem urbana?
Nesse primeiro momento, vamos definir drenagem urbana, que nada mais é que o gerenciamento das águas da chuva. Visto a constante urbanização das cidades, as águas da chuva procuram um meio de escoar, que se não for disponibilizado, causará grandes transtornos.
Dentro desse gerenciamento deve-se considerar primeiramente os aspectos sociais. O aspecto social diz respeito ao controle das áreas onde há aglomeração populacional, visto que essas são as áreas mais impermeabilizadas.
Em segundo deve-se observar os aspectos legais e institucionais, que são regidos nas cidades através de suas prefeituras. Nesse quesito, as prefeituras podem fazer ou terceirizar o serviço de forma que consiga evitar problemas maiores como inundações.
Já em terceiro lugar temos os aspectos tecnológicos, que implicam nas técnicas utilizadas para escoamento. Ferramenta muito pertinente a forma de aplicação das leis em cada lugar.
E por último, mas não menos importante, o aspecto ambiental, que é a forma como são encaminhadas as águas de volta a rios, mares e bacias. Um ponto muito interessante é dizer que a falta de encaminhamento consciente dessas águas gera transtornos como a deterioração dos mananciais e a redução de água para população.
Considerando as características da drenagem urbana podemos agrupar os elementos que compõe um sistema de drenagem urbana em:
- Pavimentos das ruas
- Guias e sarjetas
- Bocas de lobo
- Galerias de drenagem
- Sistemas de detenção e infiltração nos lotes e pavimentos
- Trincheiras e valas
Podemos citar um termo que define o conjunto de localidades em que se observa o escoamento da água, como bacia hidrográfica urbana. No qual, deve-se avaliar a vazão e a necessidade de delimitar a impermeabilização de terrenos.
Falhas na drenagem urbana
Quando há falta de planejamento urbano e impermeabilização descontrolada das áreas de escoamento da água da chuva temos sérios problemas.
O primeiro problema comum é a inundação, nomeado assim por representar a invasão de águas de um rio ou encanamento por exemplo. Normalmente a constante inundação gera o segundo problema que é o alagamento.
O alagamento consiste na água parada em determinado local, encontrando impedimentos ou dificuldades para sair.
O terceiro problema encontrado é a enchente, fenômeno fluvial que um rio transborda. Comumente, por não conseguir dar vazão às suas águas, as enchentes invadem casas, estabelecimentos e alagam ruas por dias e até semanas.
Devem ainda considerar nas enchentes o lixo e toda sujeira jogada que polui, assorea, contamina e degrada o meio ambiente.
Uma questão que deve ser levantada também é o desmatamento, visto que as plantações são aliados naturais na drenagem da água. Entretanto, é comum esse fato passar despercebido nas políticas nacionais. Segundo levantamentos de especialistas, 40% da amazônia deve desaparecer até 2050.
Por outra ótica, tanto Brasil quanto o mundo, anunciam-se as tragédias causadas pelas chuvas. Às vezes propiciada pelo crescimento populacional que não se consegue conter, ou falta de investimentos em sistemas eficientes.
Os prejuízos das falhas
Um evento catastrófico no Japão em Junho de 2017, deixou 179 mortos durante chuvas torrenciais por vários dias.
Os noticiários divulgaram que essa foi a maior tragédia causada por fenômeno meteorológico desde 1982. Mais 8400 pessoas foram para abrigos e mais de 50 ficaram desaparecidas. Tudo isso somado ao deslocamento de policiais, bombeiros, soldados e da guarda costeira para os trabalhos de busca, e o trabalho de limpeza.
No Brasil, ao final de 2017, a região do rio Casca, na região da Zona da Mata Mineira, sofreu com as chuvas fortes. Para se ter uma ideia choveu o equivalente a 254 litros por metro quadrado, deixando muitas regiões assoladas.
Os números chegaram a duas mil pessoas desabrigadas ou desalojadas por causa da cheia no rio. A situação crítica foi noticiada, mostrando mercadorias, móveis, eletrodomésticos, residências e até escolas destruídas.
Estudos do IBGE mostram que 90% dos municípios do Amazonas sofrem com alguma inundação ou enchente. O mais alarmante disso que é que os municípios não se preparam e poucos tomam medidas de preventivas perante a situação.
A pesquisa revela que 22 dos 62 municípios apresentam processos erosivos acelerados e ainda 35 foram afetados por enchente nos últimos 4 anos. Como prova da falta de algum tipo de gestão, 30 municípios não possuem um plano de gestão de riscos.
Faltando dessa forma, falham com a população em produzir um mapeamento de áreas de risco ou um programa habitacional se for o caso de realocação da população. Pode-se ainda ser implantados planos de contingência e sistemas de alerta.
Tecnologias para drenagem urbana
Dentre os tantos problemas enfrentados pelas cidades, manter o solo drenando água se torna um desafio, mediante a necessidade de colocar asfaltos e calçadas. Contudo, a tecnologia pode ajudar com materiais específicos para lidar com essa situação.
Um dos materiais é o piso permeável drenante que permite a passagem e escoamento da água entre os vãos. Normalmente utilizado em áreas exteriores, coopera para evitar o alagamento.
Um outro material semelhante é o concregrama, que tem uma função parecida, mas para áreas verdes. A idéia é representada com seus procedimentos na imagem abaixo:
Há também uma técnica utilizada pelas prefeituras na hora de se prevenir de enchentes: os chamados piscinões.
A engenharia aplicada é de grande porte a fim de conter os prejuízos das grandes quantidades de água pluviais. São construídas estruturas abaixo do nível da rua, funcionando como uma enorme cisterna.
Com o acúmulo da água, as águas que poderiam causar inúmeros desastres é armazenada e dispensada em outro momento em leito de rios ou em lugares onde ela possa ser dispensada.
Um problema relatado em relação aos piscinões é a aparição de resíduos sólidos, comumente dispensados nas ruas pela população. Dessa forma, forçam sistemas de prevenção na entrada da água e manutenção dos locais de armazenamento.
Como você pode ver, existem muitas opções para lidar com a drenagem urbana, desde formas simples a serem aplicadas em nossas casas, por exemplo, até formatos mais complexos a serem implantados por empresas de saneamento.
Considerando os prejuízos e toda a dificuldade de lidar com as águas pluviais depois que chove, precisamos agir. Afinal, águas paradas não movem moinhos!
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