Hoje vamos tratar dos critérios da excelência sugeridos pela Fundação da Qualidade e como funcionam os prêmios de qualidade da gestão. Vem comigo!
Vamos falar sobre:
- O Modelo de Excelência da Gestão
- Os critérios da excelência
- Prêmio Nacional da Qualidade
- Prêmios Estaduais de Qualidade da Gestão
- Como iniciar seu caminho pela excelência?
Qual gestor não deseja ter processos e entregas excelentes? Dizer que isso é possível parece conto de fadas para você?
Hoje eu vou te mostrar que isso não é impossível! E que existe até um modelo para isso.
O nome da fórmula (nada) mágica é Modelo de Excelência da Gestão, mais conhecido como MEG. Ele é um modelo formulado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) com base em diversos modelos internacionais de referência.
Se quiser saber mais sobre a história do MEG nós contamos tudo aqui. Mas vem comigo que eu vou explicar direitinho como o modelo funciona e como sua empresa pode ser reconhecida pela excelência.
O Modelo de Excelência da Gestão
Você sabia que a maioria das empresas no Brasil fecham em menos de dois anos? Pois é!
Ser empreendedor no país não é tarefa fácil. E excluindo toda a questão burocrática, legislativa e contábil (que não é moleza), ainda há todo o trabalho para manter a empresa funcionando internamente e garantindo as entregas aos clientes.
Conquistar uma gestão empresarial eficiente exige um aperfeiçoamento de todos os processos da organização com foco na melhoria contínua.
E é nesse conceito que o MEG é inserido. Ele foi pensado como um modelo sistêmico baseado no ciclo PDCL: Planejar, executar, checar e aprender.
Baseado em 8 fundamentos da excelência e com base nas melhores práticas de organizações de classe mundial, isto é, empresas de referência mundial, o MEG se coloca como um modelo não prescritivo e aplicável a qualquer organização.
Por que isso?
Primeiro porque ele se divide em oito critérios essenciais que veremos a seguir. Segundo porque ele é composto de perguntas de “Como”. Como sua organização define seus valores? Como sua organização define seus processos? São alguns exemplos das perguntas.
Isso quer dizer que o modelo sugere pontos importantes a serem controlados na empresa, independente de como você faz isso.
Esses questionamentos permitem que os gestores e pessoas envolvidas realizem uma reflexão sobre a atuação da empresa e que adaptem práticas de acordo com a cultura organizacional já existente.
Um dos pontos mais importantes, e interessantes do modelo, é o aprendizado que ele gera para a gestão. Através das respostas, é possível melhorar os processos e gerar resultados mais competitivos.
Além disso, por não prescrever, qualquer organização pode aderir ao modelo. Sejam elas públicas ou privadas, de pequeno ou grande porte, o que vale aqui é a vontade de melhorar.
Mas atenção! Aderir ao MEG não significa que você vai começar a ter resultados extraordinários de um dia para o outro.
A velocidade dos resultados vai depender do quanto sua empresa se adequa aos critérios e também, da capacidade de aprender e melhorar cada ponto da gestão. E até mesmo por isso, o modelo está dividido em categorias.
As 5 categorias do MEG
A FNQ se divide em institutos regionais para a aplicação e disseminação do modelo, a chamada Rede de Qualidade, Produtividade e Competitividade (Rede QPC).
Por exemplo, em São Paulo, tem-se o Instituto Paulista de Excelência da Gestão (IPEG). No Rio Grande do Sul o PGQP – Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade. No Mato Grosso do Sul, o Movimento MS Competitivo. Esses programas estaduais são os responsáveis por disseminar e premiar regionalmente as diversas organizações.
Assim, pela abrangência, alguns estados adotam mais (ou menos) categorias de que outros.Citarei aqui as 5 categorias existentes:
- Nível I – 125 pontos
- Nível II – 250 pontos
- Nível III – 500 pontos
- Nível IV – 750 pontos
- Nível V – 1000 pontos
Esses níveis levam em consideração alguns critérios como o nível de maturidade da gestão e a quantidade de funcionários, por exemplo. Esses critérios permitem que empresas menores se insiram no mesmo modelo que uma multinacional, porém em níveis diferentes.
A cada nível, os critérios ficam maiores, com mais perguntas, e exigem elevado grau de aperfeiçoamento dos processos.
Os critérios da excelência
Os critérios da excelência são o ponto de partida para qualquer organização que queira iniciar no MEG. Além disso, eles fazem parte da avaliação para a conquista dos prêmios de gestão.
A FNQ determinou oito critérios importantes às organizações e causa as reflexões através de perguntas relacionadas a cada tema.
Um ponto importante é que o modelo como um todo leva em consideração os impactos de cada prática em relação aos stakeholders e se elas estão inseridas em um ciclo PDCL.
Por isso, em termos de avaliação, são considerados alguns pontos fundamentais como continuidade, padrões de cumprimento, agilidade, controle, responsáveis e stakeholders envolvidos.
Somado a tudo isso, é inevitável ressaltar que o MEG necessita da sensibilização de todos os envolvidos na organização, desde a alta direção até o operacional. Somente dessa forma é possível ter processos funcionando nos princípios da excelência.
Então, vamos aprender cada critério?
1) Liderança
Logo de cara o modelo já levanta questionamentos à alta direção da empresa. Aqui são estimulados processos relativos à cultura, o desenvolvimento da gestão, a governança e o exercício da liderança.
Como a cultura organizacional é identificada? Como princípios éticos são assegurados? São algumas perguntas às quais os líderes devem refletir ao aderir ao modelo.
Cada pergunta pode ser respondida com o que se conhece como prática gerencial. Isso nada mais é do que os próprios processos de sua empresa.
Por exemplo, sua empresa tem um manual de boas práticas que é revisado a cada 2 anos e um canal de denúncias? Então é assim que você assegura ao cumprimento da ética em sua organização.
2) Estratégias e Planos
Este é um dos critérios mais importantes do modelo e o único que trabalha o futuro da organização. Como são definidas as estratégias? Como são estabelecidas as metas? São exemplos de questionamentos levantados nesse critério.
Aqui também são perguntas mais direcionadas à liderança e objetiva comprovar a preocupação da organização em se manter no mercado.
“Ah, mas minha empresa é pequena, como vou me preocupar com estratégias de mercado?”
Lembra que eu comentei que muitas empresas no Brasil fecham em menos de 2 anos? Então! Uma simples matriz SWOT é capaz de te auxiliar com algumas estratégias e ajudar a responder algumas perguntas do modelo.
3) Clientes
Como você segmenta o seu público-alvo? Como o seu público fica sabendo dos seus produtos?
Esses são alguns questionamentos a serem respondidos no MEG. O critério clientes busca abordar algumas práticas importantes para o desenvolvimento de mercado e para o relacionamento com os clientes.
É uma questão bastante relevante a ser pensada, pois já dizia David Harverford que “os clientes são a razão de você trabalhar, se eles forem embora, você também vai”.
4) Sociedade
Se importar com a sociedade e com o meio ambiente também são critérios da excelência. Esse tema aborda os temas relativos às responsabilidades da empresa frente ao desenvolvimento socioambiental.
Sua organização se preocupa com o desenvolvimento da sociedade? Como sua empresa trata os impactos ambientais gerados de suas atividades?
Se você ainda não pensou nessas questões para sua companhia, está na hora de pensar! O MEG aborda essas e muitas outras questões nesse sentido.
5) Informações e Conhecimento
Este é um critério que muita gente acha que é para o pessoal da T.I. resolver! O problema é que não é e acabam pecando por isso.
Vamos supor que você é o dono de uma padaria e o seu fornecedor chega com uma receita de bolo surpreendente que está fazendo sucesso mundo afora e que ele acha que vai dar certo se você começar a fabricar.
Como você trata essa informação? Você vai jogar a receita no fundo da gaveta e esperar que o padeiro se lembre e bote a mão na massa?
Estar preocupado com o fluxo de informações e como ela gera conhecimento para sua organização é o foco desse critério.
6) Pessoas
Ah, as pessoas! Um dos ativos mais importantes e mais complexos de muitas organizações.E é por isso que o MEG tem um critério inteiro dedicado a elas.
Aqui se questionam sobre as definições de trabalho, capacitação, desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas que colaboram com sua empresa.
Nesse critério você vai refletir sobre o papel de cada trabalhador, se as pessoas são reconhecidas e se há uma preocupação com o bem-estar de cada um.
7) Processos
O critério processos vai tratar especialmente da sua produção. Afinal, este é um importante ponto a ser controlado na empresa, pois impacta diretamente nas entregas aos seus clientes.
Como você assegura o atendimento aos seus processos? Como você melhora seus produtos? Como você escolhe seus fornecedores?
Essas são algumas questões que você vai precisar pensar com o MEG. De forma geral, aqui são avaliados processos relativos à cadeia de valor, fornecedores e econômicos-financeiros.
8) Resultados
E o que todos esses processos geram de valor para a organização?
O critério resultados é justamente para instigar a medição e promover o hábito da análise dos números gerados na empresa como um todo.
De nada adianta ter diversos processos se eles não agregam em nada para sua organização, não é mesmo?
Além disso, os indicadores são ferramentas que permitem analisar a evolução da empresa ao longo do tempo. Eles também mostram o nível de competitividade e o cumprimento de compromissos firmados com as partes interessadas.
Pontuando os critérios
Você observou que quando eu falei das categorias do MEG há uma pontuação definida para cada nível?
Pois é, cada critério da excelência está elencado a uma pontuação pré-definida pela FNQ e que permite avaliar tanto o grau de maturidade da gestão quanto a possibilidade de ganhar um prêmio.
Essa pontuação é variável a cada nível já que os pontos aumentam, mas os critérios continuam sendo os oito destacados acima.
Entretanto, é importante saber que em todos os níveis, o critério resultados vale praticamente a metade da pontuação.
Por exemplo, no nível III, dos 500 pontos totais que a organização pode somar, 220 são de resultados. Bastante, não acha? Isso para você ver a importância de mensurar os processos da sua empresa.
Outros dois critérios também são destaque em todos os níveis: liderança e processos. O primeiro porque é o que direciona a empresa e, o segundo, por estar diretamente relacionado com as entregas às partes interessadas.
Então, se estiver entrando no modelo agora, preste atenção nesses pontos, pois eles são de extrema importância.
Agora vamos falar de coisa boa?
Prêmio Nacional da Qualidade
Quem não gosta de ser reconhecido? E ganhar um prêmio em uma noite de gala? E ter sua empresa reconhecida nacionalmente? Tudo isso é proporcionado pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ).
Há pouco tempo a Fundação remodelou o prêmio e ele passou a ser chamado de Melhores em Gestão.
O padrão se mantém o mesmo: as organizações se inscrevem para o prêmio com base em alguns requisitos. Essas candidatas recebem uma avaliação do MEG por meio de avaliadores independentes capacitados pela FNQ.
Ao final desse processo, as organizações candidatas recebem um Diagnóstico de Maturidade da Gestão contendo a pontuação global e detalhada de cada critério que permite que as candidatas encontrem seus pontos fortes e oportunidades de melhoria.
Após a avaliação, anualmente, a FNQ escolhe e reconhece as organizações de classe mundial com a premiação Melhores em Gestão.
Esse reconhecimento visa estimular e apoiar essas empresas para o desenvolvimento e evolução da sua gestão, através dos fundamentos da excelência.
Além do troféu, a fundação oferece a cerimônia de premiação e um jantar de gala para as organizações reconhecidas, avaliadores, parceiros e patrocinadores.
Em 2017, 11 organizações levaram o prêmio e três ganharam como destaques principais. Os destaques foram: Copel Distribuição S.A., Sabesp Unidade de Negócio Centro e Senac – RS.
Prêmio Estadual de Qualidade da Gestão
Os movimentos e instituições estaduais da Rede QPC também realizam premiações às organizações que seguem o modelo.
Os processos são similares à premiação nacional: abre-se um edital de inscrição e, atendendo aos requisitos, as organizações são avaliadas por avaliadores independentes e capacitados que geram um diagnóstico.
Ao final, há uma cerimônia para premiar os destaques no modelo. Os nomes das premiações podem variar de acordo com a região, mas se você tiver interesse em conhecer mais, basta verificar o instituto mais perto de você clicando aqui.
Aqui, vale ressaltar que mais importante que ganhar prêmios, é o aprendizado proporcionado pelo MEG na organização como um todo.
Como iniciar seu caminho pela excelência?
Ficou interessado?
Então o primeiro passo é ter vontade de mudar. A busca pela excelência é um processo diário que exige colaboração e persistência de todos na organização.
Para aderir ao MEG você pode procurar o instituto representante da FNQ em sua cidade conforme eu mencionei acima.
Uma outra forma é o Programa de Excelência da Gestão (PEG) da FNQ e seus parceiros. O programa objetiva capacitar e implementar a metodologia do MEG nas organizações interessadas.
Esse é um programa orientado por profissionais capacitados e permite a autoavaliação da empresa por meio dos seguintes passos:
- Planejamento
- Sensibilização
- Capacitação
- Diagnóstico
- Autoavaliação
Ao final, gera-se um plano de melhorias e capacitações. A partir daí, sua empresa já está preparada para iniciar os primeiros passos para a excelência e começar a disputar os prêmios. Para saber mais basta entrar em contato com a própria FNQ.
O MEG é um grande auxílio para as organizações conquistarem processos excelentes e melhorarem sua gestão em geral,colhendo melhorias e resultados mais competitivos. E então, que tal iniciar sua busca pela excelência hoje mesmo?
Em caso de dúvidas ou sugestões, fale com nossos especialistas! A EOS tem a solução perfeita para você.