Nosso Guest Post fala a respeito de um assunto recorrente nas companhias de saneamento, uma forma de lidar com o lixo dispensado de maneira irregular na rede de esgoto.
Em 5 anos, 420 toneladas de lixo são retiradas de estações de tratamento de esgoto em Limeira/SP
Um levantamento da concessionária BRK Ambiental mostra que, em 5 anos, 420 toneladas de foram retiradas nas estações elevatórias e de tratamento de esgoto em Limeira (SP). A situação é consequência do descarte irregular de materiais nas casas, indústrias e ruas, que vai parar na rede coletora. A empresa chega a registrar uma média de 30 entupimentos diariamente.
Segundo o gerente de operações da empresa, Rodrigo Dias, a média diária de lixo que chega na rede coletora chega a uma tonelada. Ele explica que a rede já tem um sistema de limpeza para bloquear materiais sólidos, as 420 toneladas se referem somente ao material que passa desses “bloqueios” e chega ao reservatório e estações de tratamento.
O descarte irregular é uma das principais causas para entupimentos e problemas na rede de esgoto, além da água da chuva que leva o lixo que é jogado nas ruas para a rede de esgoto.
Redes e ligações de esgoto
Como explica o representante da empresa, a rede coletora é projetada para receber somente 1% de material sólido – considerando o esgoto dos vasos sanitários. Com isso, os problemas são constantes. Mensalmente, a empresa registra uma média de 30 desentupimentos nas redes e ligações de esgoto, além de 25 reparos/mês nas redes e ligações.
Somente no ano passado, foram 815 desentupimentos nas redes e ligações de esgoto e 372 reparos nas redes e ligações. Este ano, até julho, já foram 429 desentupimentos e 233 reparos. “Pode acontecer de ser por falta de informação ou má fé mesmo [o descarte]. Pode acontecer de tudo”, afirma Dias.
Materiais descartados
Entre os materiais que são mais comuns de serem encontrados na tubulações estão restos de construção civil (pedras, resto de cimento, madeira, plástico, papelão, sacos) e descartes de banheiro, como papel higiênico, fio dental, absorventes, cabelo, cotonetes, tecidos, sacos plásticos. Mas Alves conta que até coisas mais estranhas são descartadas na rede.
“Eu trabalho há 36 anos com saneamento e eu já vi coisas que você nem acredita que foi lançado na rede de esgoto. Desde ossada de cavalo, por exemplo, às vezes chega feto nas estações, que aí tem que acionar a polícia.”
Além do lixo, o descarte irregular de resíduos de cozinha, como restos de comida e, principalmente, óleo e gordura também podem gerar transtornos. Este tipo de material que, inicialmente pode parecer não ser um problema, se solidifica nos canos e também pode causar entupimentos.
Educação ainda é melhor solução
Dias explica que o sistema de esgotamento do município foi concebido considerando o sistema separador absoluto, ou seja, a rede de esgoto deve receber apenas esgoto doméstico, e não está dimensionado para receber águas provenientes das chuvas e sólidos. Um sistema de bloqueio de sólidos e “filtros” tenta reduzir ao máximo a possibilidade do lixo chegar até às estações.
“Nos países mais desenvolvidos, nem tem tanta essa preocupação, porque a população já não lança [lixo na rede]. Mas algumas unidades que a gente tem esse sistema, com gradeamento, em alguns países nem tem isso”, comenta.
A empresa faz campanhas para explicar para a população a importância de não jogar lixo na rede, e a educação dos usuários é a maneira mais eficaz de evitar o problema, já que a quantidade vem reduzindo ao longo dos anos.
Segundo o gerente, atualmente há uma média de dois entupimentos por dia em Limeira, com 60 no mês em que 40 são de rede e 20 de ligações residenciais, mas em 2007, chegou a ter uma média de 10 por dia, somando 300 por mês.
“Eu lembro que, na época, os primeiros resultados partiram depois de 4, 5 anos das campanhas que a gente tinha iniciado”, completa.
Fonte: Portal do Saneamento Básico.
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