O que você sabe sobre os distritos de medição e controle? Eles são ótimas ferramentas para redução de perdas de água. Venha entender melhor!
Não há grandes mistérios quando tratamos de distritos de medição e controle (DMC). Nada mais é que uma técnica para analisar e controlar um sistema de distribuição de água. Além disso, é internacionalmente aceita como uma das melhores práticas para redução de perdas de água.
Aplicar o DMC consiste em dividir uma rede de abastecimento de água em áreas menores. Normalmente, o sistema de distribuição já é dividido em setores, porém, é aconselhável dividi-los ainda mais.
Isso porque a partir dos DMC’s, é possível estabelecer o gerenciamento das pressões e vazões em áreas de menor abrangência. Assim, é possível conseguir um maior controle do que acontece em cada região, objetivando reduzir as perdas de água.
Sistema de distribuição
O sistema de distribuição é um dos componentes mais importantes de um sistema de abastecimento de água. Resumidamente, o sistema de distribuição consiste no conjunto de tubulações, conexões e bombas que levam água potável para a população de uma cidade.
A distribuição costuma ser a parte mais dispendiosa de um projeto de abastecimento. Ela representa em torno de 50 a 75% do custo total do sistema de abastecimento.
O sistema de distribuição torna-se complexo não só quanto ao dimensionamento, mas também quanto à manutenção e operação. Por isso, esse sistema requer uma atenção especial.
O cenário das perdas de água no Brasil
Um dos maiores desafios de uma concessionária de saneamento básico é o controle das perdas de água. Este é um assunto recorrente aqui, mas você se lembra da diferença entre as perdas? Elas podem ser divididas em dois tipos:
- Perdas reais: quando o volume inicial de água disponibilizado pelas operadoras é desperdiçado durante o processo de distribuição;
- Perdas aparentes: quando, apesar da distribuição de água atingir o consumidor final, o produto não é cobrado adequadamente seja por problemas técnicos na medição ou por fraude do consumidor.
Os últimos dados disponibilizados pelos SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) revelam que, no Brasil, perde-se cerca de 40% de toda a água coletada e tratada, nos dois tipos de perdas.
As perdas trazem impactos negativos para a sociedade, meio ambiente, receita das empresas e até mesmo aos investimentos necessários aos avanços do saneamento básico.
Dessa forma, a metodologia do DMC vem para auxiliar as empresas no combate a essas perdas. Que tal saber mais?
Distritos de medição e controle: como funciona?
Os DMC’s são áreas de medição e controle perfeitamente delimitada e permanentemente isolada. Ficou confuso? Bom, isso significa que em cada zona da divisão, se passa a controlar a vazão na entrada de cada área.
Esse controle passa a identificar a ocorrência de vazamentos e rupturas nas redes. Além disso, se bem planejado, os distritos de medição e controle não trazem nenhum prejuízo ao abastecimento.
Um ponto importante é que não há um passo a passo a ser seguido. A concepção de um conjunto de distritos de medição e controle é muito subjetiva. É praticamente improvável que dois engenheiros trabalhando em um mesmo sistema de abastecimento venham propor a mesma concepção.
Entretanto, aplicar o DMC não é uma tarefa simples. De acordo a Associação Internacional da Água (IWA, em sua sigla em inglês), há diversos fatores a serem considerados para a implantação dos distritos de medição e controle, tais como:
- Nível atual de vazamentos
- Nível econômico de perdas
- Número de ligações de água
- Problemas de qualidade da água
- Requisitos de pressão mínima e máxima
- Capacidade de combate a incêndios
- Número de válvulas
- Número de medidores de vazão
- Grandes consumidores
- Condições da infraestrutura
- Área geográfica
- Uso e ocupação da área
- Topografia
Além disso, o IWA afirma que o número de ligações de água em DMC’s deve ser no mínimo 500 e no máximo 3.000.
E quais os benefícios do DMC?
Autores afirmam que a gestão das pressões é o único método que tem um impacto positivo em todos os três componentes de perdas de água reais. São eles: vazamentos visíveis, vazamentos não visíveis e vazamentos inerentes.
Além disso, há várias formas de medir a vazão nos DMC’s. A melhor opção é a medição em uma única entrada de água devido a maior facilidade de controle. Porém é possível ter DMC’s com entradas múltiplas (mais de um medidor de vazão) ou DMC’s em cascata, onde a água é medida sequencialmente em um DMC menor.
A Sabesp implantou os distritos de medição e controle em conjunto com o controle por quadrículas na cidade de São Paulo. O projeto fez parte dos métodos de controle de perdas da companhia.
De acordo com a Sabesp, os DMC’s oferecem as seguintes vantagens:
- Permite conhecer o comportamento dos consumos da área;
- Agiliza a identificação da ocorrência de vazamentos na rede;
- Otimiza a gestão das perdas reais e aparentes na rede distribuição;
- Permite análise dos resultados (causa/efeito);
- Possibilita um planejamento efetivo no direcionamento das ações.
E então, pronto para planejar distritos de medição e controle em sua concessionária? Esperamos que tenha entendido um pouco sobre os DMC’s e instigado sua curiosidade.
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