Tratamento de esgoto: Será que os municípios brasileiros têm alcançado eficiência nesse quesito? Nosso texto reúne pelo três casos de sucesso no setor. Confira!
Aqui a gente fala sobre:
- 3 casos de eficiência no tratamento de esgoto
- O caso de Maringá
- O caso de Jundiaí
- O histórico de Jundiaí
- Caso de Alcinópolis
Nós sempre falamos por aqui das dificuldades do Brasil em alcançar níveis satisfatórios no saneamento. O tratamento de esgoto ainda é uma realidade distante que chega a menos de 50% da população.
Mas existem bons casos para mostrar! Municípios que venceram as barreiras estruturais e operacionais para levar saneamento e qualidade de vida para seus moradores.
Um exemplo disso é a cidade de Franca – SP que se coloca entre as melhores colocações nos índices de saneamento há alguns anos.
De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), não são só os investimentos que levam a melhores condições no saneamento, mas políticas de longo prazo em diferentes administrações.
Também estão entre os itens de sucesso o comprometimento com o planejamento, gestão, condições ambientais e manutenção dos indicadores.
3 casos de eficiência no tratamento de esgoto
Neste momento vamos falar de diferentes companhias no país e como elas conseguiram lidar com seus aportes para aproximar as cidades de um tratamento de esgoto eficiente.
O caso de Maringá
Maringá é uma cidade de mais de 390 mil habitantes e que vem mantendo sua posição no ranking do saneamento. A análise é feita na pesquisa de Melhores Cidades em Saneamento pelo Instituto Trata Brasil.
O abastecimento para 100% da população é realidade desde 2011 e os outros índices têm subido gradativamente. O município coleta 100% do esgoto e trata 96,30% do total coletado.
Na questão de perdas o município está bem abaixo da média brasileira, registrando 22,51%. O índice nacional é de 37% em média.
O Instituto Trata Brasil fez uma entrevista com a Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) que conta bem como foi essa trajetória.
Foram elencados pela companhia 3 fatores primordiais para alcançar os avanços citados:
- Administração por resultados – Foi necessário criar uma rotina de análises para evitar desvios dos objetivos da companhia. O uso de reuniões e indicadores foi primordial para esse tipo de gestão. Para monitorar melhor os processos foram criados grupos com tarefas específicas como: redução do índice de perdas, redução do custo operacional e aumento da produtividade.
- Modelo de Excelência em Gestão (MEG) – Para a companhia foi um investimento no corpo técnico que passou pela compreensão de qual era a base da empresa. O que ficou apurado com o trabalho de implantação do MEG é que o comprometimento e o capital intelectual são os maiores bens da organização. Tendo sempre em foco a prestação de serviços de qualidade.
Se quiser saber mais sobre o MEG veja nosso artigo sobre o assunto. - Investimentos – Foram empregados investimentos em implantação. Tais valores na casa dos 152 milhões só em obras, priorizaram rede de esgoto e o sistema de distribuição de água.
O caso de Jundiaí
A cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, vem figurando entre os 20 melhores do Ranking do saneamento e mostra uma evolução gradativa.
O Departamento de Água e Esgoto (DAE) aportou investimentos essenciais para levar o município a tal evolução.
Segundo o Instituto Trata Brasil, entre 2013 e 2017 foram investidos 72,25 milhões de reais.
O melhor exemplo que o município nos mostra é ter 100% do seu esgoto coletado sendo tratado. E ainda 99,1% da população tem acesso à água.
Quando questionada pela equipe do Instituto Trata Brasil sobre uma fórmula para alcançar a excelência em tratamento de esgoto a companhia respondeu:
“A boa classificação de Jundiaí é resultado de planejamento e investimentos realizados ao longo dos anos e que foram mantidos administração após administração. Registros históricos comprovam que na metade do século 19 a cidade já ocupava posição de destaque entre os primeiros municípios brasileiros a se preocupar com saneamento básico.”
Indicando a preocupação da companhia desde a captação da água até sua devolução desde 1984, foi criado um Comitê de Estudos e Recuperação do Rio Jundiaí (CERJU). Deve-se ainda citar a participação de atores como o Governo do Estado, Prefeitura Municipal, CETESB, Ciesp e FIesp.
Foram tomadas medidas para afastar o esgoto a céu aberto da malha urbana, sem despejar o esgoto in natura no curso da água.
A seguir você pode ver a evolução dos últimos anos.
O histórico de Jundiaí
No início, cidade vizinhas como Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Salto e Indaiatuba demonstraram o desejo de integrar o projeto. considerando que 84,8% da carga de poluição era de Jundiaí, as medidas mais enérgicas tinham de ser tomadas ali.
As obras com as normas do comitê CERJU iniciaram em 1985 numa área de 52 km. Em 1992 a indisponibilidade financeira impedia o avanço, se faziam necessários grandes investimentos para instalação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Seguindo uma agenda de privatizações, a prefeitura optou por uma concessão. A companhia venceu sua a seleção em 1996 e, já em 1998, inaugurou a tão esperada ETE.
Para proteger o trabalho que estava sendo realizado, o DAE construiu em 2004 o Parque da Cidade. O parque da cidade protege o principal manancial da cidade ao mesmo tempo que é uma atração turística e esportiva.
Existem obras de ampliação da captação e armazenamento de água desde março de 2017. Já o plano municipal de saneamento básico foi implementado em dezembro do mesmo ano.
Os administradores elencam a visão de futuro como primordial. Consequentemente, o investimento, planejamento e recursos dão bons frutos a longo prazo.
Caso de Alcinópolis
Falando de bons exemplos temos também o município de Alcinópolis em Mato Grosso do Sul.
O município integra desde novembro de 2017 o grupo das cidades que possuem o índice de 100% de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.
Só o último investimento da Sanesul, companhia responsável pelo saneamento na região, foi de 4,3 milhões de reais com recursos próprios.
Esse valor foi investido em estações elevatórias, laboratório de análise, 15 mil metros de redes coletoras e uma ETE capaz de tratar 10 litros de esgoto por segundo.
Foi realizado um evento para a entrega de casas a populares e inauguração da ETE. Na oportunidade o prefeito, Dalmy Crisóstomo da Silva, reiterou o que sempre falamos sobre saneamento básico:
“Ele [investimento em tratamento de esgoto] traz saúde preventiva, ou seja, investir em saneamento básico é investir em Saúde.”
As informações são do site da prefeitura de Alcinópolis.
Em resumo, é possível prefeituras e empresas de saneamento trabalhar para superar as expectativas e fornecer serviços de tratamento de esgoto para a população.
Por mais que os últimos anos o governo falhou em relação às metas de investimentos, é possível recuperar o tempo perdido.
Sua cidade tem um bom índice de tratamento de esgoto? Existem políticas ou projetos consistentes para saneamento básico por aí? Conte pra gente!
Se houver dúvidas ou questionamentos, fale com um de nossos especialistas. Nós temos a solução perfeita para você!