No artigo de hoje vamos falar sobre sistemas de reúso de água e o quanto eles impactam nosso modo de vida e no uso dos recursos hídricos.
- O que é reúso de água?
- Reúso de água pluvial
- Reúso de água cinza
- Os efluentes utilizados na agricultura
- O reúso de água em polos industriais
O que é reúso de água?
O reúso de água ocorre quando é dada uma nova finalidade a este recurso após sua primeira utilização, ou seja, um objetivo prático ao invés de apenas ir para o esgoto ou galeria pluvial.
É necessário lembrar do papel crucial da sociedade na preservação da água. Para tal, podemos nos apoiar em modelos de reúso, sejam residenciais ou industriais. Dependendo da origem e destino, pode ser necessário um tratamento da água para essas águas.
Em determinados países é comum o uso de medidas de contenção de gastos da água e sua reutilização. No Japão, por exemplo, a água que sai das pias, ralos do box ou banheiras vão para reservatórios para serem reutilizadas em vasos sanitários de condomínios, hotéis, hospitais, clínicas, etc.
Vamos conhecer algumas formas de reúso de água?
Reúso de água pluvial
Um dos modos mais simples de reaproveitamento de água é captando a chuva por meio de telhados, calhas e terraços.
Utilizar a água obtida por esse modo não exige uma grande estrutura ou análise, por ser comumente utilizada para fins não-potáveis. Os usos mais comuns portanto, são: lavar o carro, lavar pisos e vasos sanitários. Fora da residência, seu uso pode ser em irrigação e procedimentos industriais.
Mesmo para limpeza a água deve ser clorada, evitando transmitir doenças, devido a ratos e insetos que contaminam os locais de captação. O objetivo é deixar a água clara, sem cor e sem odor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que o reuso potável deverá atestar a não existência de coliformes fecais, partícula virótica ou efeitos tóxicos para seres humanos. Que no caso pode feito através da fervura, radiação ou aquecimento solar.
O padrão para melhor aproveitamento da água é o NBR 15527, estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O modelo passa por pelo menos três tópicos: modo de coleta, local de armazenamento e finalidade de uso.
A norma determina que apenas a água diretamente do telhado deverá ser coletada a fim de evitar contaminações. A água não deve ter contato com o solo, por exemplo.
O local de armazenamento deve ser uma cisterna, sem exposição ao sol. Ela deverá ser dimensionada conforme o tamanho do telhado e o índice pluviométrico da região. Existem inclusive empresas especializadas em determinar o tamanho da cisterna a ser usada.
O uso de água pluvial ajuda a proteger a cidade contra enchentes, contribui para diminuir a captação dos corpos hídricos e os investimentos são de baixo custo.
Reúso de água cinza
A água cinza se refere a água que sai de pias ou ralos e que não contém uma carga de poluição elevada.
O método exige uma estrutura de encanamentos bombas hidráulicas e caixas d’água. A seguir temos duas figuras de como um sistema de reúso de água cinza pode funcionar em prédios ou residências.
A principal finalidade desse tipo de reúso é dar descarga no vaso sanitário. Apenas o processo de lavagem de roupa, por exemplo, utiliza em média 100 litros de água, o suficiente para dar 16 descargas. A quantidade total de água cinza pode chegar a 80% do total utilizado pelo do imóvel.
Essa água contém bactérias, fungos, vírus e produtos químicos e, portanto, deverá receber ao menos água sanitária para conter a proliferação de doenças, além de ser mantida coberta para evitar a reprodução de agentes transmissores de doenças como o Aedes Aegypti. Também é recomendável o recipiente possuir uma torneira na parte inferior para facilitar sua limpeza.
O valor das instalações para reúso de água cinza deverá ser feito com um especialista, uma vez que exigem componentes específicos por projeto. Os valores iniciais para reservatório e bomba de tamanho inicial somam aproximadamente 600 reais e são parte essencial do projeto.
Como todo o sistema depende de dimensionamento de consumo e potência necessária da bomba, provavelmente esses valores serão revistos.
Os efluentes utilizados na agricultura
Quando falamos de água de reúso na agricultura temos implicações mais sérias no cuidado com a água.
O último relatório pleno de conjuntura da Agência Nacional das Águas (ANA) mostra que a agricultura é responsável por 67,2% do consumo de água no país. Sendo assim, as pesquisas para o uso adequado da água no campo e a possibilidade de reúso se tornam cada vez mais importantes.
A ANA atua principalmente no controle do quanto de água cada usuário retira dos rios. Mas, dessa vez, o desafio foi para a utilização de água de reúso.
Os projetos que foram propostos constam no Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Piancó-Piranhas-Açu, no Rio Grande do Norte e Paraíba. Além das proposições, a atuação da ANA trouxe recursos para pesquisa que determinou a viabilidade dos projetos.
Foi descrito no plano de recursos a utilização dos efluentes que antes iriam para os rios. Após o tratamento, os componentes que ainda permanecem na água não são nocivos para o uso agrícola.
Os projetos deverão ser implantados em quatro municípios dessa região e permitirão abandonar o uso de água potável na irrigação.
Algo particularmente importante para a agricultura local é que em momentos de seca pode-se garantir a segurança hídrica com a utilização de efluentes. Visto que a produção de esgoto pela área urbana não cessa nesse período.
As reuniões para discussão dos detalhes foram coordenadas pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó (ADESE).
Dentre as metas que o Brasil tem para uso a água, o reúso é uma delas. No médio prazo, estima-se que tenhamos um salto de 2 m³/s (estimados em 2017) para até 15 m³/s até 2030.
O reúso de água em polos industriais
Em busca da sustentabilidade nas suas mais diversas formas, as indústrias também recorrem ao reúso de água. Foi o que aconteceu na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) que tem um alto consumo.
Para que houvesse segurança hídrica, o Polo Petroquímico aderiu ao uso de água de efluentes tratada, substituindo o uso de água potável.
A implantação do projeto foi uma parceria entre as indústrias do polo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Foz do Brasil.
Para se ter uma ideia, o consumo diário do polo é de 600 mil L/s. Sendo o suficiente para suprir um município com 350.000 habitantes.
Os engenheiros sanitaristas e ambientais que descrevem o projeto, chamado Aquapolo, elencam benefícios como: geração de energia, resfriamento de equipamentos e outros processos industriais. Dada a economia, a Sabesp calcula poder abastecer 300 mil pessoas com a água potável economizada.
Mas e você, pratica algum tipo de reúso em sua casa ou empresa? Conta pra gente!
Em casos de dúvidas, você já sabe, fale com nossos especialistas! Nós temos a solução perfeita para você.