A meta de alcançar a universalização de acesso à água e esgoto até 2033, determinado pelo Marco Legal do Saneamento Básico, lançado em 2020, pode levar o Brasil a ter investimentos da ordem de R$ 50 bilhões por ano.
A estimativa foi apresentada por Teresa Vernaglia, CEO da BRK Ambiental, durante o webinar “Energia, política e economia no feminino”, promovido nesta segunda-feira (8), Dia Internacional da Mulher, pelo Centro de Estudos FGV Energia e o grupo Mulheres de Energia.
Teresa mostrou que a falta de saneamento afeta duramente a educação das mulheres, perpetuando para a mulher a falta de equidade de gênero, começando com o acesso à educação. “A BRK cruzou dados do DATASUS, Enem e PNAD, e o que se revelou é que a nota das mulheres que não têm saneamento básico, comparada à nota das que têm, é 25% menor. Mulheres que não têm acesso ao banheiro têm renda, em média, sessenta e um por cento menor em relação às outras mulheres”.
Investimentos
E a vida das mulheres também é fortemente impactada pela falta de acesso à energia em todo mundo, segundo Michelle Hallack, especialista sênior do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e consultora de política energética na Florence School of Regulation. Entre os casos que ela acompanhou, está o de mulheres que pararam de utilizar lenha e tiveram acesso a energias limpas para preparar as refeições.
“Em um dos estudos em que foi gerado investimento em cocção limpa, 34% das mulheres relataram que tiveram mais tempo para realizar outras tarefas. Inclusive, trabalhar fora de casa e aumentar a renda”, relata. Além de tempo, houve também um ganho em saúde. Por ano, morrem 3,8 milhões de pessoas de doenças associadas à poluição dentro de casa, e o maior percentual é de mulheres e crianças.
Michelle também citou estudos que indicam que o acesso à energia elétrica aumenta a produção das mulheres e ajuda na escolarização das crianças. Ou seja, melhorias estruturais trazem geração de emprego e renda, afetando diretamente as mulheres. E energias limpas dão qualidade de vida para a população feminina. Mas ela reforça: “Só conseguiremos construir um mundo mais sustentável se estabelecermos a equidade de gênero no acesso à energia”.
Fonte: EPBR.
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