O artigo de hoje traz novidades sobre a hidrometria. Um tópico muito importante para as companhias de saneamento na busca pela eficiência em seus processos de medição.
Vamos falar dos seguintes tópicos:
- Quais instrumentos compõem a hidrometria?
- Novidades na hidrometria
- Hidrômetros: Da autoleitura a hidrometria digital
- Por que se preocupar com a hidrometria?
A hidrometria é a parte da hidrologia que estuda a medição de vazões de água. Isso inclui vários fatores tais como índices de chuva e níveis de rios e lagos.
No saneamento, esse serviço de medição de água possui várias fases e estações com seus respectivos agentes fiscalizadores. São avaliados, por exemplo, o nível de água, velocidade, descarga de sedimentos e temperatura.
Essas medições determinam ações necessárias e desencadeiam processos de tratamento e preservação de corpos hídricos.
Quais instrumentos compõem a hidrometria?
Os instrumentos da hidrometria são utilizados em diversas fases da análise e tratamento de água e têm por objetivo levar água em boas condições ao sistema de abastecimento.
Essas ferramentas do saneamento básico podem ser automáticas ou manuais e incluem os seguintes itens:
- Correntômetro acústico – Serve para escutar a água e determinar sua velocidade e vazão, além de estimar sua carga de sedimentos. Tudo isso por meio de um princípio físico de propagação de ondas sonoras: O efeito Doppler;
- Correntômetro de hélice – Calcula a velocidade do fluxo de água com uso de um contador de pulsos e o auxílio de um guincho fluviométrico;
- Tubo de Pitot – Também usado para cálculo de velocidade em aeronaves, é basicamente um medidor de velocidade por pressão. Tem a vantagem de suportar diferentes posições e profundidades;
- Flutuadores – Medem a velocidade superficial de corpos de água;
- Vertedouros – Utilizado também em barragens, calculam o volume de água em córregos e rios.
Vê-se que a hidrometria está presente em várias fases do nosso contato com a água. Seja na análise corpos hídricos, para sua preservação ou para verificar a necessidade de limpeza. Seja no processo de distribuição, para que a água efetivamente consumida seja cobrada.
Novidades na hidrometria
A hidrometria encontrou na tecnologia um forte aliado para suprir suas necessidades de reduzir gastos, preservar recursos hídricos e ter controle das estações de tratamento.
Atualmente, a digitalização dos dados de produção de água tratada figura como uma das principais inovações. Esses softwares permitem a construção e visualização de relatórios assim como o controle de entrada e saída de água.
Como exemplo, temos o Sistema Web de Relatórios e Supervisório da PASE Hidrometria, onde os dados podem ser transmitidos por telemetria. Isso permite um controle prático e em tempo real de vazões de água.
O sistema promete reduzir as inspeções locais, minimizar o risco de falhas, diminuir custos de pessoal e reduzir paradas na produção.
Manter os dados atualizados e ter controle de cada vazão é importante para a saúde financeira da companhia de água. Eles serão o guia para projetos como de redução de perdas, construção de novos sistemas de tratamento ou adutoras.
Além disso, a medição de consumo é de grande importância, pois, na hora da comercialização de água tratada, o hidrômetro é responsável por medir o consumo e manter um registro em metros cúbicos. É neste aparelho que as novidades são mais constantes no mercado da hidrometria.
Hidrômetros: da autoleitura a hidrometria digital
A medição realizada por hidrômetros é feita normalmente por um leiturista da companhia. Todos os meses esse colaborador vai até a residência ou empresa e lê o que o hidrômetro marca.
Esse processo exige muito dos recursos financeiros para manter colaboradores, equipamentos e sistemas informatizados funcionando. E ainda, tudo isso deve estar dentro dos padrões exigidos pela legislação do setor.
Na hidrometria digital a novidade é não necessitar de um funcionário da companhia no local e utiliza-se o próprio consumidor para ler o consumo.
A autoleitura é relativamente nova no Brasil, apesar de já ser realidade em muitos países. Por aqui, ela está em funcionamento na Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
O processo se inicia o cliente lendo o hidrômetro, inserindo essa leitura no site da companhia e aguardando o processamento. Após cinco dias, o consumo é validado por critérios internos da companhia, e se estiver tudo em conformidade a fatura é disponibilizada online. O processo também economiza recursos financeiros da companhia por não ser necessário imprimir a conta.
As regras para quem utiliza o serviço são simples de executar, mas rígidas. Se não forem seguidas o usuário pode perder esse acesso por até seis meses.
Há ainda um outro modelo de hidrômetro inteligente que envia os dados diretamente para a concessionária. Nesse modo não há necessidade de leitura, pois o hidrômetro analisa o registro em tempo real e envia esses dados.
A medição recebida não indica apenas o consumo, mas ajuda identificar fraudes e vazamentos. Com os dados enviados para a central é possível criar modelos de consumo e corrigir anormalidades no abastecimento. Segundo especialistas da área, 22% dos hidrômetros serão inteligentes até 2025.
Por que se preocupar com a hidrometria?
Os hidrômetros não são meras ferramentas de medição, mas configuram um item de sustentabilidade econômico-financeira que é disposto na Lei do Saneamento Básico.
Os artigos da lei determinam que a concessionária deve inibir o consumo supérfluo e o desperdício. E para tanto utilizar toda tecnologia que seja eficiente e garanta a continuidade e segurança na prestação dos serviços.
Para que se cumpram essas responsabilidades, um dos principais itens a ser avaliado é o índice de perdas, que é de 37% no Brasil. Normalmente os motivos são: falta ou falha de hidrômetros, uso desses fora do prazo estipulado pelo fabricante ou em condições impróprias, além das fraudes.
Um plano de hidrometração pode evitar essas falhas contemplando prazos de uso, fiscalização e manutenção adequados, impedindo perdas de faturamento.
Segundo o Instituto Trata Brasil, o saneamento básico perde 39% de seu faturamento devido a perdas de água. Em 2013, esse impacto foi de 8 bilhões de reais, sem contar o impacto social, ambiental e a redução de investimentos no setor.
Hidrometria, portanto, é assunto que deve ser levado a sério. As concessionárias dependem disso para sua subsistência, tal qual os consumidores dependem desse cuidado com a água para que ela esteja disponível para as gerações futuras.
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