Já parou para pensar o quanto de plástico consumimos e o quanto vai parar em nossas águas? Nosso artigo vai falar sobre essa situação e meios de contorná-la.
- A situação dos resíduos sólidos no Brasil
- O resíduo plástico e a poluição das águas
- Qual é a origem do plástico que polui o mar?
- Formas de reverter a poluição marítima
O tratamento de resíduos sólidos no Brasil é um dos componentes do saneamento básico. O também chamado lixo urbano traz em si grande responsabilidade em questões de saúde pública, socioeconômicas e de qualidade de vida.
O plástico é parte importante dos resíduos sólidos e deveria ter um tratamento assertivo, já que está constantemente presente em nossas vidas.
Lidar com a questão dos resíduos sólidos como um todo não é tão simples. São necessárias ações de planejamento, contenção da produção de lixo e práticas para fomentar a reciclagem.
Mas afinal, como o Brasil tem se comportado na questão de resíduos sólidos?
A situação dos resíduos sólidos no Brasil
Os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) revelam que as circunstâncias do Brasil são alarmantes: Mais de 3.326 municípios não destinam seus resíduos corretamente.
Esse número representa 59,7% dos municípios do Brasil e impacta a vida de 76,5 milhões de pessoas.
Do total de lixo descartado em lixões e aterros, 90% poderia ser reaproveitado. Mas depende de ações de coleta seletiva e conscientização da população quanto à disposição do lixo.
Outro problema da disposição incorreta de resíduos é que o gasto para levar o lixo para aterros e lixões é alto.
Somente o estado de São Paulo gasta mais de 12 milhões de reais por ano com esses serviços. Essa condição poderia ser amenizada, por exemplo, com os ganhos da reciclagem ou geração de energia a partir do lixo.
Descuidar de aterros e lixões, é também ignorar a saúde pública e o meio ambiente, que no fim das contas vai exigir ainda mais recursos financeiros.
Mediante a tantos setores afetados, o Brasil tenta lidar com os resíduos sólidos por meio de uma política nacional. O documento estabelece metas para que os impactos do lixo sejam reduzidos.
Uma das principais metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final adequada dos rejeitos.
Nessa meta, podemos perceber o desafio de lidar com o assunto. Já que esses tópicos passam por vontade política, mudança hábitos da população e soluções economicamente viáveis.
Os resíduos plásticos e a poluição das águas
Os resíduos que consumimos e não são dispostos corretamente vão parar em nossas águas, principalmente no mar.
Como exemplo, temos o plástico que faz parte de inúmeros objetos em nosso dia a dia, onde seu tratamento inadequado torna-o uma praga ambiental.
Em todo o mundo, mais de 8 milhões de toneladas de plásticos são despejadas no mar e a situação se agravou nas últimas cinco décadas.
O acúmulo de plástico no mar vem chamando a atenção das autoridades e comunidades ambientais. A chamada Grande Mancha de Lixo do Pacífico, na costa oeste dos Estados Unidos, cresce rapidamente, acumulando mais de 80 mil toneladas de lixo.
Para se ter ideia, o lixo ocupa 1,6 milhão de quilômetros e equivale a duas vezes e meia o território da França. Segundo especialistas, o tsunami no Japão em 2011, contribuiu com pelo menos 20% dos detritos da Grande Mancha.
Atualmente, 88% da contaminação das águas marinhas é originada por resíduos plásticos. A nível global, se o tratamento do lixo continuar da forma que é hoje, em 2050 a quantidade de resíduos no mar será maior do que a quantidade de peixes.
Uma série de desequilíbrios são causados por esses plásticos, sendo ingeridos por animais e liberando substâncias químicas.
Além disso, o despejo de resíduos no mar está matando animais sufocados ou por constrição de artérias. Mortes que são lentas e dolorosas para focas, lobos-marinhos, tubarões, entre outros animais.
Qual é a origem do plástico que polui o mar?
Uma das origens do plástico que chega no mar é o lixo urbano.
Mesmo que muitas cidades mantenham a coleta seletiva, isso não significa que o lixo será reaproveitado. No mundo todo, em 2016, o plástico de garrafas PET teve menos da metade coletada para reciclagem, e desse total apenas 7% viraram plástico novamente.
E apesar do acúmulo em lixões e aterros, os principais rios do mundo carregam uma carga média de 1,78 toneladas de plástico para o mar todos os anos, principalmente por meio da drenagem urbana.
Outra origem é pelo esgoto, que carrega consigo micropartículas de plásticos. A origem pode ser uma simples lavagem de roupa feita com fibras sintéticas, como o poliéster, que libera fibras plásticas na água. Ou ainda por meio de cosméticos como esfoliantes que liberam micro plásticos. Vale dizer que nem mesmo o tratamento de esgoto retira tais partículas.
Há também a contaminação das águas marítimas por vazamentos industriais de nurdles. Esses pequenos plásticos são a base de construção de plásticos maiores e possuem apenas 5mm de diâmetro. O motivo de sua criação é facilitar e proteger o transporte de objetos sensíveis.
No meio ambiente, essa facilitação se torna um problema, pois se eles caem no momento do transporte, seja no mar, estradas ou ferrovias, é praticamente impossível fazer a limpeza.
Formas de reverter a poluição marítima
A The Ocean Cleanup tem empregado um sistema de barreiras flutuantes com telas subaquáticas capaz de coletar cinco toneladas de lixo por mês.
O sistema possui câmeras, sensores e conta com inteligência geográfica para localização e contenção do lixo que, posteriormente, são retirados por navio e reciclados.
Apesar de esforços como esse, a velocidade com que se produz esse lixo é muito superior. Isso reforça a necessidade de participação social na redução do desperdício e na criação de opções biodegradáveis.
Mudar a forma com que usamos e descartamos produtos plásticos também é muito importante. Além de nos conscientizarmos, difundir a ideia de que escolhas simples como evitar copos, talheres e canudos descartáveis, fazem toda diferença.
Outras atitudes exigem um pouco mais de coragem. Um exemplo é evitar o consumo de água e refrigerante de garrafas PET, visto que demoram para se decompor e grande parte dessas vão parar nos oceanos.
Como você contribui para o ambiente? Anda descartando corretamente o plástico que utiliza em seu dia a dia? Será que precisa realmente de todos esses plásticos?
Em casos de dúvidas, você já sabe, fale com nossos consultores. Nós temos a solução perfeita para você.