O artigo de hoje fala sobre fontes alternativas de água e traz alguns modelos de uso. Quer ficar por dentro do assunto? Nos acompanhe!
Iremos falar sobre:
- O que são fontes alternativas de água?
- Captação de água da chuva ou pluvial
- Água de poço
- Reuso de água cinza
- Dessalinização de água
- Devemos ou não utilizar fontes alternativas de água?
A água é um recurso natural que possibilita as mais variadas formas de vida, seja no mundo animal, vegetal ou para o ser humano.
É cada vez mais latente a importância de cuidar de um bem que a cada dia se torna mais escasso ou fica submetido a situações que o torna impróprio para o consumo.
Um dos fatores de difícil controle é o crescimento demográfico que incide diretamente no consumo de água.
O aumento da massa populacional também fomenta as indústrias e o agronegócio, que registra um alto consumo hídrico em seu processo produtivo.
Para nos deixar ainda mais alertas, os ciclos de chuva se tornam inconstantes em muitos lugares. Isso faz com que ocorra falhas nos sistemas de abastecimento, levando ao racionamento e até a escassez.
Com tudo isso, surgem as fontes alternativas de água, tanto como medidas para fugir da escassez quanto para preservação hídrica.
Essa alteração da forma de obter a água é uma saída para conter o uso exagerado e também levá-la a lugares remotos.
O que são fontes alternativas de água?
Quando falamos de fontes de água, a mais comum existente é a fonte natural, que emerge do solo, cavernas ou rochas, isto é, a água de rios e nascentes, que são abastecidos por lençóis freáticos.
Ela pode ser utilizada diretamente ou explorada por meio de adutoras, que as levam para as companhias de saneamento que realizam o tratamento e distribuem à população.
As fontes alternativas podem ser várias e compreendem todos os modos de obter água que fogem do padrão citado. Tais meios de obter água podem ser utilizadas para uso potável ou não.
A seguir veremos algumas fontes alternativas de água.
Captação de água da chuva ou pluvial
Esse modelo de obtenção de água pode ser usado em residências e prédios, captando a água da chuva por calhas ou estruturas prediais destinadas a esse fim.
Esse meio pode ter finalidade não potável, podendo ser usada nas tarefas domésticas que mais consomem água em uma residência, como lavar o quintal, a calçada, o carro e até no vaso sanitário.
No caso de uso para fins potáveis é exigida uma análise de qualidade. A água da chuva pode conter poeira, fuligem, sulfato, amônio, nitrato e outras substâncias não consumíveis.
Existem empresas especializadas nessa fonte alternativa de água que auxiliam na captação e armazenamento dessas águas para tratamento posterior.
Quando se trata de captação de águas pluviais, estamos nos referindo a água que toca o solo e é recebida pelas galerias do sistema de saneamento.
Neste caso, o nível de contaminação é maior, exigindo um tratamento avançado para potabilização.
Água de poço
Outra fonte alternativa é a obtenção da água por meio de poços, com ou sem auxílio de bomba.
Quando não há necessidade de bombas, são nomeados de poços freáticos. Caso contrário, são chamados de semi artesianos ou artesianos, drenando água de lugares mais profundos.
Esse modelo obtém água potável, necessitando em termos de qualidade apenas da cloração para ser consumida. Entretanto, não dispensa a aferição de qualidade por um órgão ambiental local, caso sua exploração seja para residências, condomínios ou comércios.
Apesar da possível facilidade de tratamento, existem várias formas de contaminação:
- Infiltrações de aterros
- Fossas sépticas com problemas de contenção
- Tanques de armazenagem com vazamentos
- Fertilizantes, pesticidas
- E o escoamento de águas urbanas
Fatores que reforçam a necessidade de análise da água antes do seu consumo.
Pode parecer distante de nossa realidade, mas as águas subterrâneas já representam 39% do consumo do Brasil uma vez que muitas companhias de saneamento utilizam esse meio para captação.
Por se tratar de águas subterrâneas podemos citar também nesse tópico as águas de lençol freático raso.
Esse modo de captação ocorre quando o lençol freático é exposto devido uma construção o atingir. Normalmente a contaminação dessa água é alta e , portanto, seu uso para fins potáveis não é recomendado.
As possibilidades de utilização de poço como fonte alternativa
É necessário salientar que o chamado Código das Águas, Lei Federal n° 9.443 de 1997, no parágrafo V do artigo 45, determina que o uso de poços sem autorização ou outorga é infração das normas de utilização de recursos hídricos.
É de responsabilidade estadual reger essas outorgas e, pela Lei 11.445/07, só será concedida para consumo quando não houver uma concessionária que o faça na região.
Ainda, as águas de poço não podem ser cruzadas com águas tratadas, devendo ser empregada apenas em agricultura, por exemplo.
As outorgas são um instrumento de controle dos corpos hídricos e devem obedecer aos planos de bacia. Estes por sua vez contém as possibilidades de alteração de curso ou qualidade da água bem como quantidades de extração. O documento é expedido pelo poder público a pessoas físicas e concessionárias, tendo validade de 35 anos.
Atualmente, um dos principais motivos de brigas judiciais em relação a poços é a cobrança do esgoto.
O que a concessionária faz no caso é hidrometrar o poço para que a partir do volume de água consumida, cobrar o esgoto mesmo que não seja utilizado. A permissão de cobrança é concedida às concessionárias desde 1997 que permitiu esse desdobramento em leis municipais.
Reuso de água cinza
A água cinza pode ser coletada de chuveiro e máquinas de lavar roupa. Após armazenada, é usada para fins não potáveis. Um exemplo é para dar descargas em vasos sanitários.
A mesma deve ser acondicionada com água sanitária e passar por uma análise de sua composição em sistemas de reaproveitamento maiores, como os prediais.
Esse modelo de fonte alternativa de água poupa maiores extrações e o gasto envolvido no tratamento e distribuição da água.
No Japão, depois de uma grande seca em 1964 foi implantado em todas as indústrias das cidades de Tóquio e Nagoya os sistemas de reaproveitamento de água.
A instalação doméstica também se tornou uma opção. O sistema chamado johkasou, faz o tratamento necessário e reintegra a água nos encanamentos para descargas, limpezas e derretimento de neve.
A implantação do sistema residencial custa 8 dólares e é subsidiado pelo governo em determinadas localidades.
No mundo todo, esse modelo de utilização de água já é utilizado em escala industrial em processos de resfriamentos, equipamentos, irrigação ou limpeza. Neste caso, o efluente deve ser analisado e removidas as matérias orgânicas e outros contaminantes.
Dessalinização de água
Como o próprio nome sugere, captar água salgada do mar também é uma alternativa, o que exige procedimentos simples para adequá-la ao consumo.
No entanto, esses procedimentos não são baratos nem acessíveis em baixa escala. Culminando ainda em um alto consumo de energia.
Lugares como Austrália, Ilhas do Caribe e Oriente Médio produzem 75% da água dessalinizada do mundo.
Nessas localidades, é o meio mais viável encontrado para disponibilizar água potável para a população. E portanto são necessários investimentos de longo prazo em plantas de dessalinização.
Devemos ou não utilizar fontes alternativas de água?
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o setor urbano é responsável pelo consumo de 26% de toda a água bruta do país.
Em um edifício residencial convencional, por exemplo, 70% de toda a água consumida vai para descargas. Conforme vimos, essa água poderia vir do reúso do próprio local.
Pelos cálculos do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o uso adequado de fontes alternativas de água reduziria o consumo de água potável de 30% a 40%. Além da economia hídrica, haveria economia de energia, financeira e protegeria o meio ambiente.
Portanto, o uso de fontes alternativas é recomendável desde que atendidos os padrões de extração, conservação e utilização. Se os processos para uso de tais fontes não forem estudados de maneira sistêmica, percalços podem ser encontrados.
No caso da construção civil, por exemplo, a proliferação biótica pelos encanamentos pode causar corrosão e entupimentos, exigindo uma manutenção mais aplicada. E claro um projeto, execução e operação corretos evitam a contaminação da água e doenças.
Fator este que pode ser gerado pelas conexões cruzadas, tidas como ligações irregulares de encanamentos de esgoto e água limpa.
Ademais, as dificuldades passam por componentes técnicos que devem ser elencados no planejamento de uma fonte alternativa de água. Devendo ser observadas as orientações dos órgãos reguladores de recursos hídricos locais e a orientação técnica sobre a instalação.
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