Em nosso artigo de hoje vamos elencar os custos da dessalinização e como é utilizada essa tecnologia em alguns lugares no mundo.
- Panorama da dessalinização da água
- Pesquisas para redução de custos
- As Ilhas Canárias e a dessalinização térmica
- Israel e a água em pleno deserto
Precisamos saber antes de tudo que dessalinização é um processo físico-químico que retira os sais da água do mar. O procedimento é necessário para tornar a água adequada para o consumo humano.
A tecnologia mais utilizada no mundo para tirar os sais da água do mar é a osmose reversa. Esse modo de dessalinização por membranas representa 65% da água dessalinizada no mundo e a outra parte é feita por processos térmicos.
Panorama da dessalinização da água
Para base de comparação podemos elencar o preço médio para dessalinizar a água. Com o uso de membranas nos Estados Unidos, por exemplo, cada mil litros de água tem o custo de US$ 0,75 a US$ 1,50 para ser produzido.
Se comparado com o Brasil, gastamos em média metade desse valor para tratar água retirada dos rios. Os dados são da revista Global Water Intelligence.
A revista traz ainda um comparativo que mostra a concentração de países que precisam dessalinizar pela falta de reservas de água doce, elencando países como Israel, Arábia Saudita e Kuwait. Em suma, o Oriente Médio e a África concentram cerca 50% do mercado global da água produzida dessa forma.
A dessalinização é utilizada também em navios ou regiões desprovidas de água doce, como a Ilha de Fernando de Noronha aqui no Brasil.
Na área empresarial temos como exemplo a Petrobrás, que utiliza a dessalinização da água para injetá-la nos poços de produção de petróleo. A empresa chega a utilizar 1,8 milhão de litros de água por hora nos poços.
Segundo especialistas, o problema para aplicar o sistema no Brasil não é tanto o custo de produção, mas o custo de transporte.
Uma das alternativas seria unir tecnologias como osmose reversa e destilação multiestágios, produzindo energia no processo de distribuição da água.
Esse sistema de distribuição funciona com geradores espalhados em pontos estratégicos que, com a força da água, geram energia. Além de compensar a alta perda energética na dessalinização, esse processo ajuda a reduzir os custos.
Entretanto, o descarte do sal produzido na operação é um outro problema.
Pesquisas para redução de custos
Um estudo feito pelo centro politécnico da Turim na Itália juntamente com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) tenta reduzir os custos aprimorando a tecnologia de osmose reversa.
A grosso modo, o que a osmose reversa tem feito é peneirar o sal existente na água deixando passar apenas a água doce. Portanto, o maior desafio que se enxergava até agora era justamente forçar a passagem da água pressionando a mesma contra as membranas.
Até então o atraso na passagem da água ou o custo para fazê-lo era o maior vilão do procedimento. Os pesquisadores do estudo porém viram uma outra forma de investir no processo.
O investimento foi em diminuir o gargalo da água, mantendo as moléculas de sais presas. Modelo que poderá ser desenvolvido com nanotecnologia.
Os gastos energéticos também buscam ser contornados com o uso de campos eletro magnéticos, fontes de calor e pressão hidráulica.
Uma pesquisa dessa magnitude pode facilitar, e muito, regiões em escassez de água doce.
As Ilhas Canárias e a dessalinização térmica
Com tantas previsões de acabar a água potável no mundo, pesquisadores implantam um sistema inovador nas Ilhas Canárias.
O objetivo era restaurar a zona portuária da cidade. Mas a cidade avançou também em autossuficiência em energia renovável e água fresca.
O projeto reúne no mesmo lugar a dessalinização da água da água do mar e a produção de energia eólica.
É importante saber que a temperatura e a umidade do ar são propícios durante praticamente todo o ano. A composição única da ilha tem os ventos necessários para gerar a energia que é utilizada na dessalinização.
Mais precisamente, o sistema funciona colhendo água do mar e lançando sobre membranas. Quando a brisa quente passa evaporando a água, conduz a mesma na forma de vapor para os encanamentos frios.
Após o processo, a água condensada não necessita de outros tratamentos químicos, como outras formas de dessalinizar.
A aplicação da tecnologia utiliza todo o espaço possível, tendo também painéis solares para produção de energia.
A combinação de água do mar, vento e sol é perfeita, mas é só um show de tecnologia para suprir as necessidades de água potável e energia.
Por fim, dois itens tornam o projeto ainda mais audacioso, ele não utiliza nenhum outro combustível nem afeta os recursos que utiliza. E ainda, funciona como um auditório por nome “Teatro del Agua” aberto a visitações. Um mecanismo visível de sustentabilidade.
Israel e a água em pleno deserto
O Brasil e muitos outros lugares buscam pela redução dos custos da dessalinização para optar por esse tipo de obtenção da água. Mas o fato é que Israel não teve muita escolha e atracou em pesquisas para suprir a necessidade dos país.
Após 1948, quando as batalhas pela independência de Israel foram vencidas, se iniciou outra guerra: a da sobrevivência.
Israel está em uma região tropical e semi-árida de escassas fontes naturais de água doce. O país possui uma população de 7,5 milhões de pessoas com uma área arável de apenas 15,45% do seu território.
As principais formas de obter água são a dessalinização e a reutilização quase total do esgoto. As empresas de tecnologia aliadas à causa buscam monitorar cada milímetro cúbico de água a fim de detectar vazamentos em tempo real. Na outra ponta dessa guerra, a população combate o desperdício.
Pouco mais de 70 anos depois de sua independência e pesquisas nesse sentido, cerca de 80% da água potável consumida pela população israelense vem do mar.
A principal usina do país foi construída pela IDE Technologies, uma companhia israelense. E a tecnologia utilizada é a de osmose reversa.
Apesar do custo, os aperfeiçoamentos no sistema permitiram uma derrubada no preço do metro cúbico da água.
“[…] O custo está cada vez mais baixo. O metro cúbico custa US$ 0,53. No passado não muito distante eram US$ 3” contabiliza Fredi Lokiec, vice-presidente executivo da IDE.
Enquanto isso no Brasil, o nordeste brasileiro sofre com a seca há muitos anos. Algo que continua sendo um desafio para a política e para as companhias de saneamento.
E você leitor, o que pensa a respeito? Seria possível trazer tecnologias de outros países para dessalinizar água, alcançando lugares desérticos ou em escassez?
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