Hoje é dia de falar sobre poluição dos recursos hídricos, com o enfoque na responsabilidade que a sociedade tem sobre o assunto.
Você poderá nos acompanhar nos seguintes tópicos:
- O quanto poluímos nossos recursos hídricos?
- Origem da poluição dos recursos hídricos
- Poluição biológica
- Poluição térmica
- Poluição química
- A responsabilidade da sociedade
- Responsabilidade governamental
O quanto poluímos nossos recursos hídricos?
Sempre quando falamos em recursos hídricos os indicadores de preservação não são nada bons.
Um levantamento realizado pela ONG SOS Mata Atlântica, mostra que em pelo menos 7 estados brasileiros a situação de 40% dos corpos hídricos é ruim ou péssima. Foram avaliados 96 córregos, rios e lagos. A pesquisa foi divulgada em março de 2014.
Dos 11% de que foram considerados bons todos estão localizados em áreas de proteção ambiental e mata ciliar preservada. No restante das águas a situação é considerada regular. Os estados englobados pelos pesquisadores foram São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em nível nacional a perspectiva parece melhorar, mas com ressalvas.
A Agência Nacional de Águas (ANA), declara que 76% dos corpos d’água apresentam boa qualidade, e apenas 7% ruim ou péssima. A ressalva é que em áreas urbanas a parcela boa cai para 24% e a ruim ou péssima pula para 42%.
Apesar dos esforços em pesquisas dirigidas ao assunto de preservação dos recursos hídricos, faltam informações concretas.
Segundo a ANA, apenas 17 das 27 unidades federativas enviam dados de monitoramento. Dentre os dados, onde se pode construir um histórico, a melhora da qualidade foi de apenas 8% e de piora em 5%.
Essa queda na qualidade da água e falta de monitoramento pode encarecer o tratamento da água e causar o desequilíbrio local do meio ambiente por fenômenos como a eutrofização, com posteriores agravos até na saúde populacional.
No Brasil o tratamento de esgoto de modo inadequado, a poluição pela agricultura e indústrias são agravantes na questão de poluição dos recursos hídricos.
Origem da poluição dos recursos hídricos
A poluição dos recursos hídricos é feita de modo físico, químico e biológico. Independente do tipo de degradação, esta causará prejuízos a organismos, plantas e por fim ao uso ou consumo humano.
Podemos então elencar a poluição quanto a sua natureza nos seguintes tópicos:
Poluição biológica
Esse tipo de poluição ocorre com a introdução de material orgânico na água. Esse contato com a água pode ser direto em rios, lagos e mares ou nas atingindo os lençóis freáticos.
A composição do contaminante nesse caso é feita por carboidratos, gorduras, proteínas, fosfatos e bactérias. Normalmente os geradores são esgotos e o chorume gerado por lixo sem tratamento.
Enquanto essa matéria se decompõe nos corpos hídricos, são proliferados bactérias, vírus, vermes e protozoários. O resultado disso são mais de 250 milhões de doenças ocasionadas por contaminação da água no mundo. Não só a doenças em si mas 10 milhões de mortes, e entre essas metade são de crianças.
Poluição térmica
Apesar de não ser facilmente notada a poluição térmica é o aquecimento das águas de determinado recurso hídrico. Seus efeitos não são imediatos nem tão visíveis como os outros tipos.
Esse processo ocorre normalmente por meio de indústrias diversas, como: centrais elétricas, usinas nucleares, refinarias, siderúrgicas, e indústrias diversas.
Sabe-se que determinada biodiversidade depende de uma quantidade adequada de oxigênio na água. Com o aumento da temperatura dessa água o equilíbrio do ecossistema é quebrado, e peixes e plantas são mortos.
Poluição química
Já essa contaminação pode ser intencional ou acidental. Pode-se considerar poluição química matérias que vão parar na água destinada de fertilizantes agrícolas, agrotóxicos, esgoto industrial, compostos orgânicos sintéticos, plásticos, petróleo e metais pesados.
A poluição química é responsável por desequilíbrios no ecossistema, desde os peixes até as aves que se alimentam destes. Normalmente o processo de contaminação são cumulativos e podem levar anos para serem sentidos.
Essa poluição dos recursos hídricos demora para ser tratada e exige um grande aporte financeiro para acontecer. Os detritos podem ainda depositar-se no fundo dos corpos hídricos, dificultando sua remoção.
Um exemplo é o DDT, composto utilizado na década de 70 em produtos de controle de pragas agrícolas. Atualmente a utilização do mesmo é proibida, devido a alta taxa contaminação na natureza e no organismo.
No caso dos metais pesados existem contaminações com chumbo e cádmio com alta capacidade de intoxicação. Seu acúmulo no organismo pode causar câncer e outras doenças.
A responsabilidade da sociedade
A responsabilidade de preservação dos recursos hídricos é atribuída a todos os cidadãos.
Essa premissa é registrada em lei por elencar que qualquer pessoa ou entidade pode provocar o ministério público se constatar que alguém está causando algum dano ambiental ou está prestes a causá-lo.
O instrumento que disciplina essa ação civil está disposto na Lei nº 7.347/85. Além das sanções são previstas medidas cautelares para proteger os recursos hídricos.
Contudo atitudes bem mais simples podem cooperar com o meio ambiente, como nosso uso da água em casa.
Algumas ações que podem ajudar na preservação da água:
- Na cozinha, evitar o descarte de óleos no ralo, entregando para cooperativas que se responsabilize pela reutilização.
- Pra quem precisa eliminar plantas ou insetos indesejados: Não utilizar pesticidas ou herbicidas buscando alternativas viáveis, como abafamento, métodos mecânicos ou térmicos.
- Jogar o lixo em locais adequados e bem fechados para evitar que detritos cheguem até as águas, o que inclui não poluir praias, rios e lagos.
- Não descartar remédios ou outros materiais no vaso sanitário, existem até mesmo lugares que fazem coleta de medicamento vencido.
- Sempre que possível evite a erosão do solo com cobertura vegetal (gramados).
- Reduza o uso de produtos químicos para limpeza de casa.
- E claro, reduza o uso de água sempre que possível, no banho, na lavanderia ou mesmo ao lavar o carro.
Todos os cidadãos são responsáveis pelos impactos positivos ou negativos, podendo sempre contribuir de alguma forma.
Responsabilidade governamental
Já quando falamos da responsabilidade do governo temos desafios ainda maiores. Segundo Roberto Hidasi, advogado ambiental: “O governo precisa fazer a sua parte no sentido de aprimorar e inovar a gestão dos recursos hídricos”.
Essa gestão passa por medidas que na realidade tem um conceito simples mas sua execução vai despender maiores esforços.
Entre elas estão o planejamento urbano, preservação o ciclo da água (controlar a adução e limitar o desmatamento ao longo do curso de corpos hídricos) e ainda trabalhar na recuperação de nascentes afetadas pela poluição.
Para isso é essencial investimentos em saneamento principalmente nos quesitos coleta e tratamento dos resíduos sólidos e do esgoto. Prezando por políticas habitacionais eficientes, a fim de evitar a habitação irregular em áreas nativas ou de proteção ambiental.
Um dos instrumentos que orienta o gestor público nessa questão é o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). Assim como citamos algumas vezes aqui no blog, uma gestão de qualidade passa por um planejamento adequado.
Por fim a responsabilidade é do governo, dos produtores rurais, das indústrias e da sociedade como um todo. Tomar essa responsabilidade com pressuposto é vital para um controle eficiente, que evita a escassez e garante água potável para todos.
E na sua casa, cidade ou região, há movimentos no sentido de preservação dos recursos hídricos? E programas no sentido de reparação de danos causados?
Se precisa você já sabe! Fale com um de nossos especialistas. Nós temos a solução perfeita para você!