O prejuízo das ligações clandestinas de água é algo que pesa quando se coloca na ponta do lápis. Vamos aprender um pouco mais sobre?
Nesse artigo você vai conferir:
- O prejuízo das ligações clandestinas em diversos setores
- Agricultura e Pecuária
- Atividade Industrial
- Abastecimento urbano
- Meio ambiente
- A gota d’água: Como chamar atenção das pessoas contra ligações clandestinas e mau uso da água em geral?
Prejuízo das ligações clandestinas de água
É um problema antigo que sempre gerou queda na eficiência das redes de distribuição de água, encargos financeiros e até ambientais.
Infelizmente uma prática comum no Brasil, que junto com vazamentos e erros de medição o faz ocupar a 20ª posição em um ranking de 43 países quando o assunto é perda de água tratada. O levantamento foi feito pelo IBNET (International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities), com dados de 2011.
As pesquisas calculam a perda de água tratada no país trazem resultados nada aceitáveis. O histograma a seguir mostra o percentual de perda de faturamento total, em pesquisa divulgada em abril de 2018.
Das 100 cidades analisadas pelo Instituto Trata Brasil, apenas 10 têm perdas menores que 15%, que seria o aceitável. O relatório traz também o indicador médio de perdas que é de 42,18%, retrocesso perante o índice de 41,25% observados em 2015.
No instituto Trata Brasil, as pesquisas específicas sobre perdas de faturamento consideram vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.
A menor perda de faturamento (-10,58%) é em Vitória da Conquista – BA, onde o faturamento superou a produção. E o maior prejuízo em Manaus – AM (71,85%), ocupando frequentemente essa posição nas pesquisas de anos anteriores.
Nessas análises uma redução de apenas 10% nas perdas no país agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional. Isso equivale a 42% do investido em abastecimento de água para todo o país no ano de 2010 por exemplo.
O prejuízo das ligações clandestinas de água em diversos setores
Considerando a utilidade da água em diversos setores, podemos notar alguns que são estratégicos para o país, e mesmo que indiretamente, são prejudicados por ligações clandestinas, uso e devolução incorreta para o meio ambiente:
Agricultura e Pecuária
A água é essencial para a agricultura, setor primordial da economia do país. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA) em seu relatório quadrienal de conjuntura em 2017, 46,2% das águas foram para irrigação. E a vazão média de consumo foi de 67,2%.
A demanda de água que o Brasil exige não para de crescer, com aumento de 80% só nas últimas duas décadas. E os especialistas da área esperam um aumento de 30% até 2030.
A expansão do uso da água tem ligação direta com desenvolvimento econômico, o processo de crescimento e urbanização das cidades. Colocando a água diretamente como influenciadora do PIB do país, com base no que a agricultura representa.
Além de que, elevar produtividade na agricultura inclui o intenso uso de agrotóxicos e fertilizantes. Produtos que impactam nossos recursos hídricos e afetam a qualidade da água.
Atividade Industrial
A atividade industrial incide o uso em 22%, seguindo como segundo colocado no uso da água em sua atividade. Dentro deste contexto, nota-se que muitas dessas águas são devolvidas em péssima qualidade para o meio ambiente. Em muitos lugares essa devolução é muito prejudicial, devido ao seu impacto degradante.
Segundo os relatórios da Agência Nacional de Águas aproximadamente 80% da água usada em área urbana retorna à natureza, mas na maior parte das vezes como esgoto não tratado.
Abastecimento urbano
Não poderia deixar de ser citado um setor que se destina 23,3% do que é retirado das nossas bacias, onde o consumo real é de 8,8%. Contudo é onde mais se nota o descaso e a má gestão, fruto da falta de planejamento ante ao crescimento acelerado da população.
Quando se chega a uma crise hídrica como foi a de 2017, São Paulo estava exposto a boa vontade de São Pedro, da chuva mais precisamente, para restabelecer seu abastecimento comum. Só assim percebemos que não há preço que pague a água, pois está inserida até em ações simples do dia-a-dia.
Como já dizia Thomas Fuller, historiador do século XVI: “Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água”.
Meio ambiente
Manchas sujas em praias, rios, vazamento de esgoto a céu aberto ou mesmo tragédias como a de Mariana – MG. Eventos que continuam conectados como uma correnteza, que nós apesar de abismados com tudo que acontece, adquirimos uma postura inerte quando se trata das nossas águas. Essa atitude é o mesmo que ver alguém sequestrar seu futuro, e aprender a gostar disso, como numa síndrome de estocolmo.
Reclamamos do que as empresas ou do que outros fazem mas não denunciamos. Sem ao menos buscar nos portar corretamente no uso de um bem tão valioso quanto a água, que só ganha visibilidade quando se acaba.
É correto dizer que projetos não faltam como, por exemplo, o de restauração de nascentes. Abrigando localidades como Minas Gerais, São Paulo e Paraná, que somam quase 50% das mais de um milhão de nascentes em posses privadas e rurais. Resta saber a seriedade com que serão levados adiante.
A gota d’água: Como atentar as pessoas por ações contra ligações clandestinas e mau uso das águas em geral?
Algumas atitudes simples podem ser tomadas para ajudar na preservação da água:
- Analisar propostas de candidatos que se preocupem com o meio ambiente;
- Denunciar irregularidades seja da ordem que for, lembre-se que toda sociedade perde com usos irregulares, furtos ou esgotamentos incorretos;
- Usar água no seu serviço, ou qualquer outro lugar como se estivesse pagando por ela, porque todos entramos na dança quando os custos do tratamento de água precisam ser cobrados;
- Reutilizar sempre que possível, se há possibilidade de destinar a outro fim, não jogue isso pelo ralo;
- Compreender que é uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras deixar um mundo melhor. Isso também implica deixar um mundo com bons recursos hídricos;
Dissemine esse conhecimento, apesar da cultura do Brasil ser muito criticada por nós mesmos, conscientização é construída com o tempo. Portanto, só há caminho para mudança se existir persistência.
Como disse Benjamin Disraeli: “Ter consciência da própria importância já é um passo para o saber”.
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