O artigo de hoje vai falar sobre prevenção e controle de perdas nas companhias de saneamento básico. Seja com inovação, tecnologia ou outros modelos, economizar nunca é demais.
Nós iremos tratar os seguintes tópicos:
- Prevenção e controle de perdas nas companhias de saneamento
- Odebrecht Ambiental no combate às perdas
- Principais medidas para a gestão de perdas
- Programa de Redução de Perdas
Nada como um bom susto para acordar o país sobre a importância de prevenção e controle de perdas nos sistemas de distribuição.
Os anos de 2014 e 2015 foi de sérias discussões sobre o assunto, principalmente na região sudeste do Brasil. Visto que a região teve baixos índices de chuva que comprometeram o abastecimento de água das casas.
Muitos hábitos foram modificados e a agenda de usar a água de modo sustentável foi amplamente difundida. O resultado foram economias reais, e com a volta das chuvas, a situação ao menos estabilizou na região.
Mesmo sabendo da imprevisibilidade das chuvas e de tantos lugares sem água potável as perdas na distribuição, que teoricamente deveriam ser mais controláveis, continuam assustadoras. O índice nacional de perdas na distribuição permeou os 37% no período de 2013 á 2016, segundo dados no SNIS.
Para compreender a extensão dessa perda, seria o equivalente ao abastecimento necessário para 50 milhões de pessoas por um ano ou 8 bilhões de reais em faturamento às prestadoras de saneamento básico. A comparação é feita pelo Instituto Trata Brasil, referência em pesquisas no setor.
Prevenção e controle de perdas nas companhias de saneamento
Os esforços, sejam por necessidade ou responsabilidade de fato, sobre as perdas é notável em vários municípios pelo país.
As companhias notam não só o fato de economizar, mas a possibilidade de reinvestimentos, principalmente na expansão dos serviços.
Antes porém de nos aprofundar em como as companhias têm efetuado a prevenção e controle de perdas, vamos nos desdobrar sobre o que são as perdas de água.
A perda que nós vemos nas ruas e relógios defeituosos é a perda física ou real. Seja por idade da tubulação, assentamento irregular, pressão da rede ou movimentações no solo, essa perda gera 60% do total no país.
Já quando se trata de perdas aparentes, estamos falando em água que é tratada, mas não é faturada pela companhia. Os exemplos são instalações irregulares, fraudulentas ou de relógios com problemas técnicos. Essa modalidade representa os outros 40% de perdas.
Independente da fonte as companhias tentam reduzir as perdas, sejam elas reais ou aparentes.
Odebrecht Ambiental no combate às perdas
A Odebrecht Ambiental é um exemplo quando se fala de redução de perdas. Algumas das mais de 180 cidades que a concessionária coordena a distribuição de água, tiveram uma redução de 60% para 20% do índice de perdas.
O processo começou com a atualização e digitalização de cadastro de consumidores.
Esse procedimento ajuda na hora de fazer um monitoramento automático ou diagnósticos. Além disso as informações atualizadas serviram para dar confiança aos investimentos que seriam empregados.
Já na parte técnica ou tecnológica, tem o exemplo de um município de 125 mil moradores onde foram instalados 50 medidores na rede, isolando as regiões da cidade para determinar os pontos de perda.
Esse tipo de monitoramento serve para prevenção e controle de perdas, pois cede informações mais precisas à companhia.
Nesse caso, foi possível trocar tubos e conexões que estavam com falha ou que viriam a falhar devido à um mapeamento do sistema de distribuição até o registro do consumidor.
Com auxílio de sistemas tecnológicos, foram registrados consumo e pressão da rede nas mais diferentes regiões da cidade. O processo todo aconteceu em 2015.
“[…] Hoje temos diversas alternativas tecnológicas que direcionam o nosso trabalho neste sentido. É papel da concessionária dar exemplo para os clientes ao administrar a produção de água que abastece seus clientes”, diz Fernando Santos-Reis, diretor-presidente da Odebrecht Ambiental.
O cruzamento de dados posterior possibilitou detectar os locais de possíveis vazamentos e enviar equipes para os reparos.
Já as equipes, com uso de geofones, puderam localizar com maior precisão e rapidez o local exato da falha na rede.
O aparelho em questão funciona escutando o solo e identificando ruídos característicos de vazamento em determinado local, permitindo o reparo.
Principais medidas para a gestão de perdas
Dentro das atividades desempenhadas para controle de perdas, pode se identificar três fases dentro da ótica da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).
Tudo se inicia em medidas básicas, com a atividade normalmente administrativa. Nesse ponto a organização deve:
- Avaliar capital disponível para investimento de prevenção e controle de perdas;
- Ter uma planta operacional do que desenvolve atualmente;
- Analisar a condição atual de balanço hídrico;
- Medir vazão e pressão atuais;
- Buscar registros e análises históricas;
- Avaliar projeções de desenvolvimento (pesquisas, metodologias e técnicas);
É importante que as informações adquiridas aqui sejam confiáveis e reais, pois a aplicação da gestão de perdas procede dessas medidas básicas.
As medidas corretivas ficam em segundo lugar na lista e tratam de reparos imediatos.
Nesse momento, avaliam-se locais de vazamentos visíveis por meio do trabalho de patrulha (o chamado de patrol work).
Essa atividade avalia o que pode ser feito nas ruas e locais públicos, podendo contar com a mobilização popular e canais que sejam responsivos para se possam comunicar à empresa locais de falha na rede.
Quando se fala de correção as medidas, utilizam muito da força humana, da conscientização, de ferramentas de mapeamento e o planejamento com base no gráfico de progressão. Este última serve para avaliar o impacto das medidas adotadas ao longo de determinado período.
Por fim temos as medidas preventivas. No curto prazo, deve-se fiscalizar as novas instalações de distribuição de água, estas devem se encaixar em um padrão para redução de falhas. Aqui também são válidas atividades patrol work programadas.
No longo prazo são válidas a setorização da malha de distribuição e o encurtamento da distância de ramais. Esta última medida vai permitir uma identificação mais precisa para o controle de perdas futuro.
Programa de Redução de Perdas
Todo o sistema de gestão de perdas passa por algumas e até mais atividades das que tratamos nos parágrafos acima. Contudo, na percepção do usuário final, pode-se utilizar o nome de Programa de Redução de Perdas (PRP).
Algo semelhante foi adotado pela empresa Águas Guariroba no município de Campo Grande. O PRP no município teve lançamento em dezembro de 2006.
O desafio a ser enfrentado era um índice de perdas de 56%, por causa de vazamentos, fraudes e erros de medição (macromedidores e hidrômetros ineficientes).
O índice atual, divulgado em 2018, pela companhia é de 19%, menos da metade do que se perdia 12 anos atrás. A companhia, portanto, consegue alinhar a consciência de sua responsabilidade com suas atividades de prevenção e controle de perdas.
Percebemos que o caminho para gestão de perdas não é fácil, mas compensa tanto na redução de gastos quanto na economia dos recursos hídricos e financeiros.
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