A qualidade da água no Brasil é um assunto muito discutido e reflete a preocupação com a água recebida pelas empresas de saneamento básico. Vamos abordar no texto de hoje os seguintes assuntos:
- Qualidade da água tratada;
- Parâmetros de qualidade da água
- Parâmetros físicos
- Parâmetros químicos
- Orgânicos e inorgânicos
- Parâmetros biológicos
- Legislação
- Responsabilidades de estados e municípios
- Qualidade da água bruta
Fique conosco e saiba mais!
Qualidade da água tratada
Os padrões de qualidade da água não são os mesmos para todos os tipos de uso. Ou seja, a água destinada ao abastecimento humano (potabilidade) possui padrões diferentes da água utilizada para recreação (balneabilidade), para irrigação ou para a indústria.
Muitos acreditam que a qualidade da água é medida apenas por sua cor cristalina, porém, a água apropriada para o consumo humano deve estar também sem cheiro ou gosto, além de estar livre de bactérias e substâncias nocivas à saúde.
Ao ser ingerida, a água contaminada pode acarretar diversas doenças como: diarreia, leptospirose, disenteria bacteriana, esquistossomose, febre tifoide, cólera, parasitoides e dengue. Em 2020 no Brasil, a contaminação da água foi responsável por 13.712 internações.
Para se ter água de qualidade, é necessário seguir alguns parâmetros de qualidade de água. Fique conosco e confira a seguir tais parâmetros.
Parâmetros de qualidade da água
O Índice de Qualidade das Águas (IQA) foi desenvolvido em 1970 pela National Sanitation Foundation nos Estados Unidos com oobjetivo de estabelecer padrões de consumo da água.
Há diversos parâmetros a serem seguidos para garantir a qualidade da água para o consumo humano. Os principais indicadores são:
Parâmetros físicos:
- Temperatura: é um parâmetro importante, pois, influencia em algumas propriedades da água (densidade, viscosidade, oxigênio dissolvido). Uma água com temperaturas elevadas, pode ocasionar efeitos laxativos.
- Sabor e odor: O ideal é que a água seja inodora e não possua sabor, resultantes de fatores naturais (algas, vegetação em decomposição, bactérias, etc.) ou artificiais (esgotos domésticos e industriais).
- Cor: Intensidade de cor inferior a cinco unidades, pois a cor na água pode ser causada por metais, decomposição de matéria orgânica, algas ou ainda pela presença de esgotos. O padrão é a intensidade de cor inferior a cinco unidades.
- Turbidez: Inferior a uma unidade, visto que mede a presença de matéria suspensa na água.
- Sólidos: são resíduos que permanecem na água após a filtragem da amostra. O Ministério da Saúde estabelece como padrão de potabilidade 1.000 mg/L de sólidos totais dissolvidos. No caso da Resolução CONAMA n.º 20, o valor máximo é de 500 mg/L. Há duas categorias de sólidos:
- Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período de repouso;
- Sólidos não sedimentáveis: podem ser removidos somente por processos de tratamento como coagulação, floculação e decantação;
- Sólidos dissolvidos: matéria em solução ou em estado coloidal presente na água.
- Condutividade elétrica: capacidade da água de conduzir eletricidade. Quanto maior a quantidade de íons dissolvidos na água, maior será sua condutividade. A condutividade não oferece riscos à saúde humana e seu padrão ainda não foi definido pela portaria.
Parâmetros químicos:
- pH: O valor para consumo humano é 7, isso porque o pH da água depende de sua origem e pode ser influenciado pela presença de resíduos. O pH baixo (< 7) torna a água corrosiva, já o pH alto (> 7) torna a água alcalina.
- Alcalinidade: mede a capacidade da água de neutralizar os ácidos. Quando apresentados em grande quantidade, tornam a água com sabor desagradável, além disso, a alcalinidade exerce influência nos processos do tratamento da água.
- Dureza da água: resultante da presença de sais alcalinos terrosos ou de metais bivalentes que, em grande quantidade, pode provocar sabor desagradável e efeitos laxativos. Valor máximo permitido: 500 mg/L.
- Cloretos: são provenientes da dissolução de minerais, da introdução de águas do mar, ou ainda de esgotos. Em alta concentração, traz um sabor salgado à água e/ou efeitos laxativos. O valor máximo é de 250 mg/l.
- Ferro e manganês: conferem cor avermelhada (ferro) ou marrom (manganês) e um sabor metálico à água. Concentração de ferro de 1,0 mg/l e de manganês 0,05mg/l.
- Nitrogênio: O padrão de nitrogênio é de 10mg/L, pois em excesso pode causar danos à saúde como intoxicação.
- Fósforo: Para o Conama, o nível crítico é de 0,020 a 0,025mg/L, visto que em grandes quantidades, pode se tornar um poluente.
- Fluoreto: importante agente no combate à cárie dental, mas se usado em quantidade acima de 1,0mg/l, pode causar manchas e alteração da estrutura óssea nos dentes.
- Oxigênio (dissolvido): em águas naturais a presença desse elemento é um sinal de qualidade da água, pois é indispensável para plantas e animais aquáticos.
Orgânicos e inorgânicos
Antes de prosseguir, vamos explicar o que são compostos orgânicos e inorgânicos. Os compostos orgânicos são o conjunto de moléculas formadas por átomos de carbono. Já os inorgânicos, são substâncias que não contêm carbono em sua composição, como os ácidos.
Confira abaixo quais são os parâmetros para esses compostos:
Matéria orgânica: a matéria orgânica da água é necessária aos seres heterótrofos, na sua nutrição. Em grandes quantidades, podem causar problemas, como: cor, odor, turbidez e consumo do oxigênio dissolvido.
- Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é a quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica por ação de bactérias aeróbias.
- Demanda Química de Oxigênio (DQO): é a quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica, através de um agente químico. Para o mesmo líquido, a DQO é sempre maior que a DBO.
- Componentes Inorgânicos: há componentes inorgânicos na água, entre eles estão os metais pesados tóxicos ao homem.
- Componentes orgânicos: alguns componentes orgânicos da água são resistentes à degradação biológica. Ex: agrotóxicos.
Parâmetros biológicos
- Coliformes: O padrão indicado é de 4.000 coliformes fecais por 100 ml, o que indica a presença de microrganismos patogênicos na água. Quando encontrados, indicam contato com esgoto doméstico.
- Algas: as algas são responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio no ambiente aquático, porém, em grandes quantidades trazem consigo sabor, odor, turbidez e toxicidade.
Esses parâmetros são extremamente importantes, pois é através de seus resultados que teremos água de qualidade e sem riscos à saúde. É preciso seguir à risca a legislação e os padrões de qualidade para cada uso da água.
Falando em legislação, vamos saber o que ela diz a respeito dos padrões de qualidade da água? Confira!
Legislação
A legislação é clara quando diz a respeito da qualidade da água. Na Portaria de Consolidação n.º 5 de 28/09/2017, o artigo 3º esclarece que a qualidade de toda a água destinada ao consumo humano deve ser objeto de controle e vigilância.
A seção IV da referida portaria dispõe a respeito do responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano, dentre as principais responsabilidades dos responsáveis pelo sistema de abastecimento, estão:
- exercer o controle da qualidade da água;
- manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída;
- análises laboratoriais da água;
- exigência do laudo de atendimento dos requisitos de saúde.
Responsabilidades dos estados e municípios
Os estados e municípios são responsáveis por promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água para consumo humano, desenvolver e executar as ações especificadas no VIGIAGUA, bem como implementar as diretrizes de vigilância da qualidade da água para consumo humano definidas no âmbito nacional.
Qualidade da água bruta
A água bruta é encontrada em rios, lagos, fontes, dentre outros recursos hídricos e pode ser potável ou não. Mesmo quando potável, a água bruta caracteriza-se como não tratada. Existem três resoluções sobre os parâmetros de qualidade da água destacadas pelo CONAMA:
- Resolução n.° 357/2005: dispõe sobre a classificação dos corpos de água e das diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
- Resolução n.° 396/2008: dispõe sobre a classificação e as diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.
- Resolução n.° 430/2011: dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Além disso, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), é responsável por elaborar as diretrizes e monitorar a qualidade da água subterrânea e superficial no País. A ANA também criou um indicador que avalia a qualidade da água para consumo humano.
Qual a qualidade da água em seu município? Você já sabia desses parâmetros para definir a qualidade da água para consumo? Comente em nossas redes sociais ou fale com um especialista, nós temos a solução perfeita para você!