Hoje falaremos sobre o planejamento da segurança hídrica no Brasil. Um assunto de grande importância para o presente e futuro da nação.
Vamos ver os seguintes tópicos:
- O que é segurança hídrica?
- Qual o plano de segurança hídrica do brasil?
- A realidade do Brasil no tratamento dos recursos hídricos
- Como o Brasil pode preservar seus recursos hídricos?
O Brasil tem pouco mais de 200 milhões de habitantes e representa aproximadamente 3% da população mundial. Em contrapartida, nossos recursos hídricos representam 12% da água potável do mundo, o que significa abundância de água considerando apenas o volume.
Ser responsável por tais recursos, coloca nosso país no centro de discussões do cuidado com a água. Visto que a posse da mesma já é motivo de disputa em vários lugares do mundo e mobiliza até guerras armadas.
Para entender a importância dos recursos hídricos é necessário compreender sua extensão.
A água faz parte da vida do ser humano, determinando fatores de saúde, alimentação, economia e qualidade de vida de uma nação. Por isso, tem se estruturado em vários países a discussão de como lidar com esse recurso.
O que é segurança hídrica?
Segurança hídrica é o termo usado para representar a busca por estabilidade no acesso a água, seja para o consumo ou para mantê-lo protegido no meio ambiente.
Um dos pontos mais importantes da segurança hídrica, relativo ao consumo, é a gestão de riscos. Tópico de grande importância para o estado, por se tratar em grande parte de infraestrutura básica.
A gestão de riscos inclui, por exemplo, a análise de períodos de secas ou inundações e busca contornar esses fatores. O objetivo é simples: Garantir água para todos, respeitar o meio ambiente e manter planos para situações extremas.
Nos últimos anos, algumas situações alertaram sobre a necessidade de cuidar dos corpos hídricos. O estado de São Paulo e o Distrito Federal, por exemplo, passaram por escassez de água nos períodos de 2014 a 2017.
É válido ressaltar que a segurança hídrica observa variações climáticas, desmatamento, urbanização e construção de barragens. Estabelecendo, por consequência, medidas para reduzir a vulnerabilidade dos recursos hídricos, levando em consideração questões ambientais, sociais e econômicas.
Qual o plano de segurança hídrica do brasil?
O Brasil tem como principal agente de segurança hídrica a Agência Nacional de Águas (ANA). A agência se utiliza do Plano Nacional de Recursos Hídricos para sintetizar a situação atual e a necessidade de ações futuras relativas aos corpos hídricos.
Constam neste documento informações sobre gestão, projetos, obras e investimentos prioritários que irão direcionar as políticas públicas.
Os planos de segurança hídrica no país possuem níveis federais, estaduais e municipais.
A junção dessas camadas formam o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) sob deliberação da ANA.
Os órgãos do SINGREH são responsáveis por estabelecer formas participativas de gestão da água de forma democrática e participativa. Suas ações incluem:
- Fiscalizar o uso de barragens e recursos hídricos
- Monitorar corpos hídricos e eventos críticos
- Instituir a formação de Comitês de Bacias Hidrográficas
- Fomentar a educação, capacitação, comunicação e participação social
- Mediar e arbitrar conflitos pela água
- Regulamentar uso e planos de enquadramento
- Gerir os sistemas de informações sobre o uso
- Cobrar o uso de recursos hídricos
Essas atividades buscam o melhor uso possível as águas do nosso país, prezando pela preservação da qualidade e disponibilidade futura.
A realidade do Brasil no tratamento dos recursos hídricos
É natural que toda grande estrutura de controle de recursos hídricos tenha um planejamento. Esse planejamento dimensiona o uso da água e os riscos que envolvem esse processo, no qual sua margem de falha deveria contemplar um plano secundário.
Quando se fala de barragens e aduções, por exemplo, uma margem de falha aceitável do projeto é de 5%. Apesar de parecer pouco, os projetos no Brasil normalmente não tem um plano de contingência.
Os fatores climáticos são imprevisíveis e, por isso, é preciso estar preparado para as piores situações. O que não ocorre em nosso país!
A prova disso é que a possibilidade de falta de chuva atingir o sistema de abastecimento de São Paulo era de 1%, com base nos últimos 84 anos.
Mas o 1% infelizmente aconteceu!
O estado chegou a pensar em medidas como dessalinizar a água do mar, mas como não havia um plano, restou o racionamento e a espera pela chuva.
Vale salientar que medidas para contemplar margens de erro geralmente não são baratas. O custo do tratamento da água salgada para São Paulo sairia no mínimo cinco vezes mais cara que o atual, desconsiderando os valores de adução.
Isso mostra que o Brasil é falho no planejamento e execução de medidas de segurança hídrica, visto que os casos de falha não são isolados a determinado setor ou estado.
Como o Brasil pode preservar seus recursos hídricos?
O Brasil deverá se preocupar nos próximos anos em mudar sua postura no uso de recursos hídricos.
O primeiro passo é conter a urbanização não planejada, que indiscriminadamente interfere no ciclo hidrológico natural. Ações negativas que irão se converter no aumento dos períodos de estiagem ou provocar enchentes.
Os períodos de estiagem provocados pelo assoreamento dos rios, assim como ocorrido em Brasília. E as enchentes pela impermeabilização do solo que bloqueia sua capacidade de absorver a água da chuva.
Devemos nos atentar também sobre a disposição de resíduos sólidos e líquidos em rios. Atualmente jogamos 55% dos nossos esgotos na natureza sem nenhum tratamento, o que representa um grave atentado contra os recursos hídricos.
E para consolidar essas atitudes, devemos manter informações fiéis do que acontece de fato em nossas águas. Segundo especialistas da área, os planos de bacias apresentam falhas e dados incorretos, não representando a realidade.
E você o que acha que precisa mudar na preservação das águas no nosso país?
Em casos de dúvidas, você já sabe, fale com nossos especialistas! Nós temos a solução perfeita para você.