O SIG é uma importante ferramenta para realizar atividades de diversos setores, auxiliando na observação e obtenção de dados de uma determinada tarefa.
No texto de hoje vamos abordar as funcionalidades do SIG no saneamento básico.
Você sabe o que são e como funcionam ? Leia nosso artigo e fique por dentro.
Hoje vamos falar sobre:
- O que é SIG ?
- Conceito
- Componentes
- Abordagens de utilização
- Aplicabilidade no meio ambiente
- Aplicabilidade em outros setores
- SIG no saneamento básico
- Distribuição de água
- Coleta de lixo
- Tratamento de esgoto
Mas afinal, o que é SIG ? A gente conta pra você!
Conceito
SIG (ou GIS) é uma sigla para Sistema de Informações Geográficas que é um conjunto de sistemas, softwares e hardwares capazes de produzir, armazenar, processar, analisar, além de representar informações sobre o espaço geográfico.
Inúmeras empresas de diversos segmentos o utilizam para obter essas informações. Como por exemplo, governos, ONG’s, institutos de pesquisas, entre outros.
Esse tipo de tecnologia tem três ferramentas:
Geoprocessamento – É a etapa de tratamento das informações por meio do sensoriamento remoto e do GPS para a produção de mapas, cartogramas, gráficos e sistematizações em geral.
Sistema de Posicionamento Global (GPS) – O GPS pode emitir informações de qualquer local do mundo, a partir das coordenadas geográficas. Informa as posições de latitude e longitude, analisa endereços, traça rotas mais curtas e informa a velocidade de deslocamento.
Sensoriamento Remoto – Consiste na utilização de ferramentas, como satélites e radares, para a captação de informações e imagens acerca da superfície terrestre.
Seu objetivo principal é compatibilizar as informações descritivas e geográficas e melhorar o desempenho das atividades realizadas.
Componentes
Um SIG é um sistema constituído por dados, hardware, pessoas, metodologias e o software. Esses componentes se integram e permitem armazenar, manipular e analisar inúmeros dados e informações espaciais.
Desta forma, explicamos abaixo cada um de seus componentes:
Hardware – Consiste em elementos físicos que dão apoio ao funcionamento do sistema, como processador, memória, dispositivos de armazenamento, scanners, dentre outros.
Software – A partir dele é possível operar as ferramentas e executar suas funções para a geração da informação geográfica.
Dados – São registros de ocorrências com referência espacial. A localização é uma característica particular que os diferencia dos demais tipos de dados.
Metodologias – Consiste no conjunto de procedimentos que cada usuário constrói em um SIG, visando atingir um objetivo.
Pessoas – As pessoas são compostas de desenvolvedores, operadores e administradores do sistema, aplicando as funções do SIG na resolução de problemas, desenvolvendo novas ferramentas e conhecimento a ser aplicado.
Portanto seu desempenho está diretamente atrelado ao treinamento dos colaboradores, à definição de metas e conhecimento de suas funcionalidades.
Abordagens de utilização
Um SIG pode ter três abordagens de utilização: a abordagem da aplicação, do desenvolvedor e a científica.
Abordagem de aplicação – Nesse tipo de abordagem o Sistema de Informação Geográfica é considerado uma ferramenta usada para responder perguntas, apoiar na tomada de decisões, manter um arquivo de dados geográficos e informações além de elaborar mapas.
Abordagem do desenvolvedor – Essa abordagem foca no desenvolvimento do SIG enquanto software. Se preocupa com a melhoria e extensão da ferramenta em si.
O SIG QGIS, por exemplo, possui uma grande comunidade de desenvolvedores de vários países como Brasil, Suíça, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Portugal.
Abordagem científica – Busca unir diferentes estudos com métodos e técnicas de tratamento de informações espaciais. Está interessado nas consequências e implicações sociais do uso e difusão da tecnologia.
Aplicação no meio ambiente
Como já falamos por aqui, essa ferramenta é essencial na preservação do meio ambiente, ajudando a detectar desmatamentos em florestas e áreas de reserva, bem como, focos de incêndios, poluição de rios, além de outros estudos e análises de cunho ambiental.
Tal análise pode ser realizada a partir de dados topográficos, hidrográficos, de vegetação, climáticos ou vários outros. Confira a seguir algumas formas de utilização nesse meio.
Mapeamento temático – Tem como objetivo gerar a representação das informações geográficas referentes a um ou vários fenômenos (físicos ou sociais) de todo o planeta ou de uma parte dele.
Permite que informações sobre um determinado espaço geográfico sejam registradas para análise e comparação de dados através de estudos futuros.
Avaliação de Impactos Ambientais – Os dados são relacionados com um modelo geográfico onde são baseadas as análises. Assim, para que sejam avaliados os impactos ambientais, é necessário estabelecer critérios ou requisitos que serão levados em consideração.
Diagnóstico Ambiental – É aqui onde são apresentados os resultados finais das análises e comparações de dados, cujo foco é na maior compreensão pelo público.
Prognósticos Ambientais – Por último temos o planejamento e estratégias adequados à situação, considerando o problema e necessidades do local.
Aplicabilidade em outros setores
Institutos de pesquisa, empresas da construção civil, empresas do ramo de agropecuária e muitos outros setores têm aderido ao GIS para auxiliar e melhorar seu desempenho.
Instituto de pesquisa
Como é o caso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que utiliza dados provenientes de pesquisas e sistemas de informação geográficos como a cartografia, trabalhando na produção e análise de informações geográficas, coordenando e consolidando informações estatísticas.
Agropecuária
O desenvolvimento de tecnologias como sistemas de posicionamento global (GNSS), Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e Drones, mudaram muito o cenário agrícola. A gestão de fazendas passou a exigir dados precisos e um alto detalhamento espacial de informações. Sendo chamada de agricultura de precisão.
Consiste aplicar o conjunto de tecnologias geográficas na gestão de áreas específicas. Exemplos de uso de SIG nesse setor são modelo digital de terreno e a amostragem georreferenciada do solo.
Portanto, equipamentos e tecnologias como essa trazem consigo vantagens como a otimização de insumos, dados de produtividade, monitoramento de atividades, entre outras.
Engenharia
Essa tecnologia ganhou espaço também na construção civil, onde é necessária desde o início do projeto à finalização. O uso desses softwares é fundamental para a precisão de dados.
A utilização das geotecnologias na construção civil ocorre ao longo de todo o processo de uma obra, desde os estudos iniciais à execução e procedimentos de manutenção. Esse tipo de tecnologia produz efeitos sensíveis no aumento da qualidade, da produtividade, e consequente impacto na redução dos custos.
SIG no saneamento básico
Essas ferramentas estão ganhando cada vez mais espaço no dia a dia e nos diversos setores empresariais. No saneamento básico não é diferente, pois esse sistema proporciona melhorias na execução de processos, nos serviços prestados e no faturamento das empresas.
Os dados geográficos tem como principal característica incorporar dados cadastrais, como por exemplo nomes, endereços, CEP e também dados de uma determinada localidade. E se falando de saneamento, esses dados são extremamente importantes, considerando o número de clientes e a estrutura de distribuição de água e rotas de coleta de lixo.
No contexto tecnológico do saneamento básico, a tecnologia de informações geográficas é muito utilizada no gerenciamento de distribuição de água auxiliando na prevenção de perdas e identificação destas, rastreamento do lixo para saber como gerador, transportador, depósito, gerenciador e quem faz o tratamento final se comporta em cada processo, como já foi explicado por nós em outro post.
Para conhecer melhor a aplicabilidade do SIG no saneamento básico, citamos a seguir como os sistemas já são utilizados em cada estágio do setor.
Distribuição de água
Sabemos que esse setor requer o uso de uma ferramenta de análise que supra as necessidades e de fácil utilização, permitindo leitura de grandes quantidades de dados e que forneçam resultados consistentes na resolução de problemas e auxiliando a gestão do sistema de abastecimento.
Nesse contexto, alguns softwares sintetizam informações sobre uma determinada região com suas respectivas conexões além de informações sobre contribuintes. Pode ser calculada a quantidade de vazamentos onde antes não era possível detectar por falta de uma tecnologia adequada.
Coleta de lixo
O geoprocessamento chegou na coleta de lixo de uma forma ainda tímida, mas trazendo eficiência e economizando combustível, por exemplo.
Empresas de limpeza pública começaram a adotar rastreadores GPS nos caminhões coletores como forma de monitoramento operacional, possibilitando a otimização do tempo e organização do trabalho.
Por meio de GPS foi possível analisar o sistema de gestão de resíduos da cidade de Manaus, fez-se um diagnóstico dos roteiros de coleta, onde se mapeou todas as informações identificadas em campo, declividade, ruas sem asfalto e estreitas, lixeiras viciadas, tempo e distâncias dos trechos produtivos e improdutivos, produção de lixo e disposição do trânsito.
O estudo traça a possibilidade de análises que determinem aspectos de distribuição espacial da geração de lixo e informações sobre a situação socioeconômica, densidade populacional e abre a probabilidade de uso da ferramenta na administração dos roteiros de coleta de lixo.
Tratamento de esgoto
O geoprocessamento e o sensoriamento remoto são responsáveis por reunir informações importantes sobre a maneira correta de direcionamento, tratamento e disposição dos rejeitos.
A utilização dessa ferramenta na gestão de Estações de Tratamento de Esgoto melhora o desempenho de funções relacionadas ao controle e monitoramento integrado de qualquer sistema de ETE.
Tais funções podem ser: o registro dos resultados obtidos em medições e análises laboratoriais, a checagem e a comparação imediata dos resultados obtidos com as normas legais e os padrões de qualidade e lançamento, direta e completa visão da eficiência de cada etapa individual de todo o sistema de tratamento – determinação instantânea dos pontos onde o sistema apresenta problemas e/ou mal funcionamento.
Percebeu como o SIG pode ajudar de diversas maneiras ? Você já teve alguma experiência com esse sistema ? Conte a um de nossos especialistas, temos a solução para você!