O que você sabe sobre tratamento de água? Nosso artigo traz a importância e as etapas desse processo essencial para a saúde.
Vamos conversar sobre:
- Padrões de tratamento no Brasil
- O tratamento de água de água no Brasil
- Estágios de tratamento de água
- Tratamento final de água
- O histórico do Brasil em tratamento de água
- O custo da água
Já se perguntou sobre a qualidade da água que consumimos?
A água potável está fortemente relacionada à qualidade de vida, saúde pública e desenvolvimento humano.
No Brasil, são 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada. Anualmente, ocorrem cerca de 340 mil internações por problemas gastrointestinais gerados, principalmente, pelo consumo de água sem tratamento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas internações estão entre as principais causas de morte infantil no mundo. E, por isso, é tão importante pensar em tratamento de água.
Padrões de tratamento no Brasil
O Brasil estabeleceu pela primeira vez padrões de potabilidade da água no estado de São Paulo em 1946. O Decreto Estadual nº 15.642 estabeleceu parâmetros mínimos de qualidade para águas potáveis e gelo.
Esse tipo de parâmetro físico-químico e bacteriológico especifica as características da água a ser distribuída para consumo humano.
No âmbito federal, o primeiro padrão foi criado pelo Decreto Federal nº 79.367 em 1977. Ficou estabelecido que o Ministério da Saúde seria o responsável por observar a potabilidade da água em todo Brasil.
São diversos parâmetros a serem observados durante a produção de água tratada. Observar a qualidade da água e exigir que os padrões de tratamento sejam cumpridos pelas autoridades competentes é um dever de toda a sociedade.
Um jeito simples de avaliar em casa é verificando a cor e o cheiro da água. Com o tratamento, a água é incolor, livre partículas suspensas e não tem cheiro.
Um outro modo é analisar sua conta de água. As companhias são obrigadas a disponibilizar um quadro de informações sobre a qualidade da água nas contas e, muitas vezes, também disponibilizam tais informações em seus sites online.
O tratamento de água de água no Brasil
E você acha que a preocupação com a água se inicia na estação de tratamento? Achou errado!
O estudo de manancial e sua preservação são definitivos para a qualidade da água. No Brasil, a fiscalização e classificação dessas águas é responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA).
A última conjuntura de recursos hídricos divulgada pela ANA mostrou que 71% das águas brasileiras são considerados de boa qualidade.
Apesar desse número parecer confortável, a maior parte desses recursos se encontram na região amazônica, longe das metrópoles brasileiras. Em contrapartida, nas proximidades dos grandes centros urbanos, as águas estão em condições ruins e vem piorando. Entre os motivos, se destaca o lançamento de esgoto de forma direta nos corpos hídricos.
Quanto menor for a qualidade da água retirada do manancial, mais recursos deverão ser gastos para seu tratamento. E não são poucos processos para tratar a água não, viu?! Vamos aprender cada um deles?
Estágios do tratamento de água
A Captação é o primeiro procedimento e consiste na retirada de água dos rios ou de poços.
A diferença de tratamento começa logo nessa fase, visto que a água de poço precisa passar apenas por cloração, enquanto a retirada de rios terá estágios adicionais.
O segundo processo é a adução e compreende o processo de transporte da água em duas direções possíveis. A primeira é levando a água in natura para a Estação de Tratamento de Água (ETA), e a segunda levando água já tratada para um sistema de distribuição. Dependendo da altitude da fonte de água e da ETA, a água pode ser encaminhada por gravidade ou recalque.
Na ETA é onde se inicia o tratamento de fato e onde a água recebe cloro pela primeira vez. O cloro vai ajudar a separar, junto com carvão ativado, moléculas dissolvidas na água que causam gosto e odor.
A água prossegue passando pelo processo de coagulação, onde a água recebe sulfato de alumínio, e em seguida para a Floculação, no qual a sujeira da água é agrupada. Na Decantação, essa sujeira desce para o fundo do tanque e a água limpa segue por gravidade para o próximo processo.
A água que é recebida agora no processo de Filtragem está livre de 95% das impurezas. Os filtros irão finalizar o tratamento com uso de carvão ativado, areia e pedregulhos.
Por fim, a água passa por uma bateria de testes que incluem: PH, turbidez, quantidade de cloro, temperatura, alcalinidade, metais e cor.
Vale destacar que existe um tratamento por membranas que substitui a coagulação, floculação e a filtragem restando, dessa forma, apenas o tratamento final. Esse procedimento é utilizado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) no tratamento de água de forma secundária.
Tratamento final de água
A água já está potável, mas a companhia de saneamento é responsável pela sua distribuição e conservação, o que leva a necessidade de três processos adicionais.
O primeiro deles é a Correção de PH, que consiste em colocar cal na água para reduzir acidez. Devido aos processos anteriores, ela pode estar tão ácida que poderia corroer os encanamentos na distribuição.
A segunda etapa é a Fluoretação, o qual se insere flúor na água conferindo a capacidade de prevenir cáries. Esse procedimento é uma medida de saúde pública, determinada em lei desde no Brasil 1974.
Um impacto positivo dessa ação foi observada no Espírito Santo, onde houve uma redução de 67% das cáries na população abastecida pelo Baixo Guandu em um período de 14 anos. O sistema de abastecimento foi um dos primeiros no Brasil a tratar água com flúor.
A cloridificação é a última etapa do processo. Aqui o cloro funciona como um conservante que vai proteger a água de contaminantes até chegar às residências.
O histórico do Brasil em tratamento de água
O Brasil tem avançado mesmo com dificuldades em direção à universalização e produziu alguns feitos ao longo dos anos.
A primeira obra de abastecimento de água foi impulsionada nos governos de Aires de Saldanha e Albuquerque. O projeto teve início em 1620 e conclusão em 1723 com sucessivas progressões em distribuição pelos seus primeiros encanamentos.
Se tratando de sistemas modernos, podemos citar a ETA Guandu, responsável por tratar 80% da água da região metropolitana do Rio de Janeiro. Sua produção é de 43.000 litros por segundo, sendo uma das principais obras de engenharia do século 20 no Brasil.
As águas da estação provém do Rio Guandu e, antes do tratamento, servem para geração de energia elétrica pela Companhia Light.
Ela foi inaugurada em 1995 e hoje é considerada pelo Guiness Book a maior estação de tratamento do mundo.
O custo da água
A Lei do Saneamento Básico prevê que os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada mediante remuneração pela cobrança dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, preferencialmente na forma de tarifas.
Como você pode notar, são despendidos muitos recursos para o tratamento e a distribuição de água. Ao longo do tempo, o preço da água tende a aumentar, assim como os artifícios para contornar a qualidade precária dos recursos hídricos e falta de disponibilidade.
Atualmente, no Brasil, o preço varia de R$ 33,44 a R$ 83,04 a cada 16 mil litros de água tratada.
Mas você sabia que as companhias também pagam pela água?
Para exploração da água é necessário ter uma outorga concedida pela ANA durante um prazo determinado, além de diversas licenças ambientais.
A Lei das Águas, de 1997, estabelece que a água é um bem de domínio público, limitado e dotado de valor econômico. Ela é essencial para a vida e cabe a cada um contribuir para que ela permaneça.
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